domingo, 21 de junho de 2015

No dia dos pais ofereço minhas orações a esta grande manifestação do guardião da devoção



“Ninguém deve ser pai, professor ou guru se não estiver disposto a salvar os dependentes dos repetidos nascimentos e mortes.”



Queridos devotos, saudações com afeto de New York. Quero compartilhar com vocês a meditação para este dia:
Oh, meu senhor, meu mestre, no dia de sua aparição, no dia de sua celebração de pai, viemos oferecer estas reverências a ti, submissos à sua instrução, ansiosos por escutar, ansiosos por lembrar seu tattwa, seu carinho, seu poder, apoderado da divina misericórdia, expandido de muitas formas no mundo: Srila Goura Kishor Das Babaji Maharaj, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur, filho de Srila Bhaktivinoda Thakur, inspirado por Jagnnath Das Babaji Maharaj, iniciado por Srila Bhaktisiddhanta Thakur, começaram a pregar por todos, e seu mais querido discípulo Srila Bhaktivedanta Swami Prabhupada que aceitou sua ordem no coração de convidar todo mundo que cante o nome de Goura.
Muito amigo de Srila Bhakta Raksaka Goswami Maharaj e muito outros irmãos espirituais, como Bhakta Raksaka Sridhar e com Srila Bhaktim Pramode Puri Maharaj e muitos outros irmãos espirituais, Srila Bhakti Prajnan Kesava Maharaj que foi seu sannyas guru. Junto dele iniciou a campanha dos pais universais, ensinou que ninguém deve ser pai, professor ou guru se não estiver disposto a salvar os dependentes dos repetidos nascimentos e mortes.
Chegamos a ti, Prabhupada, ao seu querido filho, Srila Harijan Maharaj, assim como a Srila Atananda Acarya, todos os presidentes dos templos, todos os sannyasis e maharanis que dedicam-se a ajudar as pessoas como pais e mães siksa gurus, pois hoje é o dia que te reverenciamos, como todos os dias devemos fazer, submissos a sua instrução “Hari katha harinama”, pregar em todos os cantos da Terra, estabelecer a glória de Gouranga e Govardhan, estabelecer a glória de Nrsimhadev, a glória do Maha Mantra, do Bhagavad Gita. Estabelecer a glória do Sri Caitanya Caritamrta e todos os outros livros. Estabelecer a glória do maha prasadam, do sadhu sanga e da companhia de todas as pujas e sadhanas devocionais.
Oh Prabhupada, estamos endividados totalmente e para sempre contigo. Mesmo se nos dedicarmos por toda vida a teu serviço, não será suficiente para reparar tudo o que deu e dará a todos, da China ao Chile.
Você alcançou todas as criaturas do universo com seu prema por ser um devoto do seu pai espiritual e por ter tomado sua palavra como se fosse ordem do seu coração. Prabhupada, pedimos que nos inspire a sermos bons filhos e a seguirmos pregando sua mensagem aos quatro confins deste mundo.
Também oferecemos respeito neste dia aos nossos pais físicos e guardiões respectivos que levantaram a bandeira do bem-estar físico, emocional, mental, intelectual e o mais importante, espiritual. Todos esses que nos sustentaram, todos que buscaram colaborar no nosso progresso. Nós somos agradecidos a eles neste dia dos pais.
Oferecemos nossas reverências e pedimos bênçãos contínuas já que eles são parte da proteção de Krishna sobre nós. Eles foram colocados a nos proteger e nós também oramos por sua proteção, por seu progresso, por sua alegria, por seu êxito já que é um mundo terrível. E sem a misericórdia dos vaishnavas, estamos bem perdidos.
Por isso, no dia dos pais, ofereço minhas orações a esta grande manifestação do guardião da devoção, do guardião do bem-estar, do protetor das crianças, um exemplo de pais excelentes que não afrouxam e não são brigões, porque estão sempre cheios de amor.
Os pais devem saber bem que as crianças precisam de amor, segurança, precisam de Guru, Sastra e Sadhu para que seus corações floresçam e suas conclusões sempre sejam devocionais.
Obrigado, pais divinos, obrigado, pais diferenciados, obrigado, guardiões, esposos, irmãos que aceitam o cargo masculino como inspiração de um serviço amoroso e não são frouxos machos que apenas querem impor seu ego e que torturam aos demais com seus talentos desvirtuados.
Obrigado aos que são amigos das almas caídas. Obrigado, Prabhupada, por nos ensinar o que é um verdadeiro pai, que todos os que te escutam beneficiam-se igualmente, tanto pais como filhos.
Que tenham um dia dos pais inesquecível.
Srila Prabhupada ki jay!!!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 14 de junho de 2015

Rendição é conectar-se com a frequência de não ter nenhum interesse separado de Krishna




“Quanto mais atitude de serviço às almas e a Deus desenvolvermos, mais valiosa torna-se nossa vida.”


Queridos devotos, aceitem todo meu afeto do Equador.
Tem sido dias de muito néctar, visitando dois ou mais programas no dia. Os devotos do Equador, sem dúvida, estão esforçando-se muito para pregarem. Em Vilcabamba fiquei impressionado, havia mais de 50 pessoas no programa, e isso porque é um programa relativamente novo. Amanhã já teremos uma nova viagem. Feliz por ter estado nas terras equatorianas.
Hoje quero compartilhar umas palavras sobre rendição. Rendição é a aceitação absoluta, em palavras e em compromissos, preferencialmente em pensamento também. Distinguindo e aceitando o favorável para progredir no caminho de volta a Deus.
Chegar à morada de Deus é a meta da vida, não há nada mais importante que isso. Não há nada melhor que isso, mas no caminho também surgem impedimentos. Por isso, o aceitar das condições favoráveis para dirigir-se na direção correta é um dos sintomas da rendição. Outro sintoma é a decisão e a determinação de rejeitar tudo aquilo que não seja favorável no caminho para alcançar os Pés de Lótus de Sri Krishna.
No começo pode ser que não estejamos seguros de qual é a meta que queremos alcançar, talvez apenas percebamos algumas coisas, como exemplo que nossa meta é positiva, que está muito além da dualidade e portanto nos entregará a verdadeira paz que está muito além das misérias e mentiras deste mundo material.
Sem dúvidas, a essência da rendição é conectar-se com a frequência de não ter nenhum interesse separado de Sri Krishna e para isso devemos nos perguntar e orar sobre qual é a doce vontade do Senhor para mim.
A rendição traz grandes mudanças na existência de uma pessoa, é uma transição, um grande passo de mudança dos esforços guiados pelo egoísmo à completa dedicação espiritual livre do benefício pessoal. Isso é levado à prática na medida que utiliza-se tudo que é recebido no serviço amoroso do Senhor.
Na América do Sul dizemos: “Fazer bom uso de uma má pechincha”. Essa é a filosofia do yukta vairagya, utilizar tudo quanto tenhamos a serviço do Senhor, pois Ele é a fonte e a origem de tudo.
Na frequência da rendição tudo torna-se positivo e progressivo, na vida da rendição devemos nos esforçar para sermos conscientes de tudo o que recebe e também por distinguir as coisas de forma adequada.
Devemos apreciar tudo o que chegar, valorizar a própria vida como um presente de Deus. “Quão importantes somos?”, essa pergunta só pode ser respondida em relação com a causa da nossa existência. A causa da nossa existência é o propósito dela e o propósito da vida humana é ser um servo de Krishna: “jivera svarupa hoy krsnera nitya dasa”.
O propósito da vida humana é o de ser um servo de Deus. Então, a importância da vida de cada um é medida em relação à conexão que temos com o serviço a Deus. E o serviço a Deus é o serviço a todas as almas, o serviço para que as outras almas tornem-se também conscientes de Deus.
Essa é a essência da nossa vida, portanto, nossas vidas tornam-se muito importantes. O valor das nossas próprias ações depende de onde estão direcionadas. Se atuarmos para servir, então nossas ações e nossa vida tornam-se muito valiosas, é algo proporcional, quanto mais atitude de serviço às almas e a Deus desenvolvermos, mais valiosa torna-se nossa vida.
Se não utilizarmos nossa vida de maneira correta, então não estaremos mais que perdendo tempo nas coisas do mundo material, como seguir a moda, ter joias melhores, diversão das formas mais extravagantes, etc.
A vida vai das mãos tão rápido que quando damo-nos conta, já estamos completamente consumidos pelas garras do mundo material. Por isso, meus queridos, este é o momento indicado para fazer uma autoanálise profunda e perguntar-se: “Quem sou eu? O que faz minha existência ser valiosa?”. Já dei as pistas para que cada um responda estas perguntas.
Não há nada mais belo e auspicioso que a Verdade. É através da consciência que cada alma pode dar-se conta de qual forma é parte dessa Verdade. Devemos fazer a confecção com nossa consciência de servos eternos. Não é um estado artificial, é uma realização que descende do mais elevado graças à misericórdia sem causa.
E o mais importante é que devemos treinar para nos tornarmos bons servos. A prática diária, o esforço diário é o que nos prepara para isso. Avançamos conforme ansiamos servir. É proporcional: mais serviço = mais avanço.
O serviço devocional é a raiz verdadeira de todo esse assunto. Como é vivenciado este serviço devocional na prática? Ao lembrar-se de Deus, ao fazer planos para Deus, quando trabalhar e esforçar-se para melhorar e tornar-se apto em algum momento para servir a Deus.
Tudo isso que aspiramos no processo da vida espiritual não é algo ordinário, ao contrário. Ou melhor, estamos falando da meta suprema da vida, nada menos que isso.
Podemos apenas nos conectar com essa meta à medida que nos mantivermos vinculados com uma fonte fidedigna de energia espiritual e reciprocando esta conexão com a atitude correta. Essa atitude é a rendição da qual falamos no início, a atitude de rejeitar todos os interesses egoístas separados de Sri Krishna.
Esta é a nossa oportunidade para decidir se vamos nos render à Fonte Suprema ou continuaremos rendidos ao materialismo cujo servimos vida após vida.
Com estas palavras me despeço hoje. Espero que possam refletir nelas durante a semana.
Jay Srila Prabhupada!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 7 de junho de 2015

Sandya Vandana, o Sadhana



“Apenas temos de ser humildes e aceitar que o sadhana é nossa conexão. O sadhana é como a tomada de um aparelho quando precisa de eletricidade, se não houver eletricidade imediata, a luz vai embora.”



Hare Krishna, meus queridos devotos! O tema da conferência é a importância do sadhana.
Sadhana, sandya é o amanhecer por um novo dia, é muito interessante, porque é um novo recapacitar da minha existência neste mundo. Por isso, no sandya os brahmanas cantam Sandya Vandana, dão a boas-vindas ao novo dia e oferecem reverências a todas as forças universais.
O Sandya Vandana é parte do sadhana e a perfeição começa com o Mangal Arati. Se tiver sai Istadev ou sua Deidade em casa, não começará o dia vendo notícia nem tomando seu café, ou simplesmente correndo ao trabalho... O dia tem que começar com Sandya Vandana. Adoração ao novo dia, adoração aos devotos e aos familiares que nos acompanham:
vanca kalpa tarubyas ca
kripa sindhubhya eva ca
patita nam pavanebyo
vaisnavebyo namo namah
                                               
Muito importante! A toda pessoa que convive conosco, começamos lhe reverenciando. E ao mestre espiritual, quem põe a pauta de convivência e princípios do dharma, também sempre é reverenciado. “Vande ham, sri-guroh” é plural, porque não é apenas um mestre espiritual, são todos os siksa gurus, os que nos mantêm no caminho da devoção.
Oferecemos reverências a todos eles, e faço a todos para que a coisa funcione, porque mesmo que não sejamos tão hierárquicos como os militares em essência, se não nos motivarmos e não fizermos as coisas como deve, então nos desviamos. E desviar-se tem seu preço, desejando não chega-se ao destino. Por isso, tem que manter-se no caminho mesmo que seja como um atalho, ou de repente se tiver algo bloqueando seu caminho.
Por exemplo, hoje Gopal deu uma super volta em Quito, pois havia uma maratona na cidade e não nos deixariam passar, mas com esforço finalmente conseguimos chegar ao templo. E assim nós planejamos mais um dia de serviço devocional. Somente através da invocação da misericórdia, pois sem a misericórdia não tem nada. Então, o Sandya Vandana é Guru, Vaishnavas, Tulasi. Por isso adoramos Tulasi nos templos.
Na Índia todos têm Tulasi em casa e antes de fazer qualquer coisa diz-se:

vrindayai tulasi-devyai
priyayai keshavasya ca
krishna-bhakti-prade devi
satyavatyai namo namah

“Planta sagrada, planta bendita, que venha purificar o mundo, me permita ter amor por Radha-Krishna e Radha-Govinda.”

Isso é o que suplico, não há outra coisa que me interesse. Então assim a adoração a Tulasi é parte do sadhana, logo podem vir uns bhajans.
Os bhajans do Mangal Arati são o nosso caso, pois cada templo canta canções distintas: “samsara-davanala-lila-loka, tranaya karunya-ghanaghanatvam”. Pedimos misericórdia ao mestre espiritual para compreender o significado de Radha Krishna Lila, do Senhor Caitanya, da adoração à Deidade, da importância de cantar o Santo Nome, ou melhor, nas oito partes do Guru Astaka está descrito como pode-se conseguir a misericórdia, e logo vem a canção de Vrindavan:
yasomati-nandana braja-baro-nagara gokula-ranjana kana
gopi-parana-dhana madana-manohara kaliya-damana-vidhana
Esta canção nos leva diretamente a Vrindavan, ao Senhor Krishna, Suas travessuras, as gopis, os Santos Nomes e ao Yamuna: “Yamuna tata-cara, gopi-basana-hara...”
Todo o Radha Madhava Lila está impregnado aí, alguns cantam kaki-kukura para se lembrarem de Sri Caitanya que vem para nos salvar do cão de Kali. Essas coisas não são absolutas, dependem de cada templo, e então se enquadra o sadhana.
Por exemplo, depois que adoramos o Senhor Caitanya vem o Prema Dvani. O Prema Dvani é muito importante, “jaya om visnu-pada paramahamsa parivrajakacarya ashtottara-sata sri srimad srila bhaktivedanta svami prabhupada ki jay” e continua, “vrindavan dham ki jay, mathura dham ki jay, jagannath puri dham ki jay, ganga meya ki jay, yamuna meya ki jay”, fazendo assim uma oferenda a tudo que é sagrado, bonito, para recordar. Sem eles não somos nada, estamos perdidos, então dessa maneira segue o sadhana.
Logo vem o Senhor Nrsimhadev. O Senhor Nrsimhadev é o protetor dos devotos, por isso todos os dias Lhe cantamos uma canção. Srila Prabhupada nos ensinou isso pessoalmente, ele queria proteger seu movimento da loucura.
Há muita loucura para se proteger, então por isso vem “namas te narasimhaya, prahladahlada-dayine...”. Com o Nrsimha Pranam ficamos bem com o sadhana. Mas agora vem o Siksastaka, lembrar das oito estâncias de Sri Caitanya Mahaprabhu:

ceto-darpana-marjanam
bhava-maha-davagni-nirvapanam
shreya-kairava-candrika
vidya-vadhu-jivanam
...
Depois do Siksastaka vem japa, o Maha Mantra Hare Krishna. O cantar da japa individualmente é parte do sadhana da manhã. E você sabe, dependendo de quanto tempo tenha canta 4, 8, 12, 16 rondas e começam os serviços. Alguém tem que ir à cozinha, tem que fazer isso e aquilo, mas vem a parte mais importante, já cantamos japa, agora:

jaya radha-madhava kunja-vihari
gopi-jana-vallabha giri-vara-dhari
jasoda-nandana braja-jana-ranjana
jamuna-tira-vana-cari

Essa canção é uma janela que se abre ao mundo espiritual, é diretamente abrir e ver Vrindavan. Jaya Radha Madhava é algo muito belo e importante. Assim você vê ao mundo espiritual, é uma grande janela. E os que aproveitam esta janela, esta imagem de Vrindavan onde pode-se ver Radha Krishna e Seus devotos, começam a se sentir em casa, começam a se sentir refugiados. Esta é a eterna Vrindavan, e a eterna Vrindavan é uma coisa maravilhosa.
É inacreditável como foi manifestada a eterna Vrindavan neste mundo e como nos convida, é algo inédito. Um pequeno exemplo meio bobo é como se o presidente dos Estados Unidos viesse ao Equador e desse uma vista dos Estados Unidos a todos equatorianos e um quarto na Casa Blanca para viver com ele e ajudá-lo, com comida, teto e tudo para o resto da vida. Não daria para imaginar, porque a Casa Blanca é muito pequena, não cabem todos, e além disso, não cabem todos os corações. Além deles não terem esse coração.
Mas quando Krishna vem a este mundo, Ele diz: “Agora você vem à Minha casa, a conviver comigo, você pode ficar aqui fazendo serviço, vou te abrigar. Sua alma Me pertence, é constitucionalmente parte do Meu mundo. Vocês estão desviados deste mundo material, embarcando a cada momento e eu quero que parem com esta loucura e quero que agora comecem a colocar serviço no coração. E por isso Eu os convido a cantarem Meus Santos Nomes, pois assim estarão em contato Comigo a todo o tempo. E mais, enquanto cantarem Hare Krishna estarão nos meus santuários que estabeleci no mundo, ou seja, vocês estarão no mundo espiritual.”
Ou melhor, Krishna não apenas promete que depois de morrer chegará ao mundo espiritual, Ele faz que os devotos tragam o mundo espiritual aqui à Terra e que abram as portas, abram espaços. As pessoas não apreciam o que é um templo, as pessoas não imaginam que estas sejam sucursais do mundo espiritual.
Vocês sabem, a embaixada norte-americana é território americano, lá não entra a polícia equatoriana, similarmente, o templo de Krishna é uma parte de Goloka Vrindavan, já pertence à Goloka Vrindavan. Se pensar “não, aqui é o Equador, sem mais”, estará equivocado, por isso os templos e as inversões que fazemos nos templos são inversões no mundo espiritual.
Em outras palavras, se quiser criar um templo, um templo no mundo espiritual, estará criando o mundo espiritual aqui na Terra, e se dedicar-se a isso por toda vida, será transferido deste mundo diretamente ao mundo de Krishna, porque já tem vista, já tem preparo, já fez sadhana e o sadhana diário é aquilo que fazemos sempre para nos mantermos vigentes.
Quando deixa de fazer sadhana, de cantar japa, quando deixa de trabalhar para a causa de Krishna, então o sadhana começa a debilitar-se. Quando deixa de associar-se com os devotos, debilita-se mais. Se não trabalhar no dia para produzir algo para Krishna, debilita-se mais. Quando não vai ao Mangal Arati, debilita-se mais. Se não cantar o Gayatri, debilita-se mais. Se não orar ao Senhor Nrsimhadev, debilita-se mais.
Ou seja, o sadhana é o que nos alimenta e fortalece. Assim como todos comem desjejum e depois comem ao meio-dia, assim como alimentamos o corpo na manhã, ao meio-dia e às vezes à noite, também nosso corpo espiritual e determinação espiritual precisam de sua alimentação. Isso se chama Sandya Vandana, o Sadhana.
Esta é nossa alimentação. Agora, se alguns devotos não puderem acompanhar porque foram mandados a fazer um serviço aqui ou ali, quando atua-se sob a ordem do mestre espiritual sempre faz-se sadhana. Nem sequer quando esteja fazendo nada de sadhana porque está em coisas burocráticas ou organizando um programa, quando faz-se serviço ao Guru está ocupado em sadhana em todo sentido. Mas não deve-se negligenciar o sadhana com o pretexto de serviço, “estou servindo ao Guru dormindo um pouco mais para ter mais força.”
A mente produz um monte de desculpas, por isso os bons devotos são os que mantêm um sadhana, são reconhecidos, são os que levantam ao Mangal Arati, praticam, dão aula. Há muitas coisas que um devoto pode fazer para mostrar que é um bom devoto... Ir ao sankirtan com entusiasmo, dar conferências, mas há de praticar também, não apenas falar.
Há muitas formas onde pode-se expressar como um bom devoto, isso é muito bonito. Apenas temos de ser humildes e aceitar que o sadhana é nossa conexão. O sadhana é como a tomada de um aparelho quando precisa de eletricidade, se não houver eletricidade imediata, a luz vai embora.
Agora não tem problema porque há sol lá fora, não precisamos de eletricidade. Mas o que pensa se for tirada a tomada de algo? Tudo o que supostamente funciona sob a energia elétrica já não funciona, mesmo que tenha um lindo aparelho. Existem aparelho caros, mas sem energia não funcionam, não fazem nada.
Então, dessa forma, a tomada é o sadhana da vida espiritual e as pessoas que vivem na casa sem sadhana, sem Mangal Arati, tem que ser ajudadas, estas que não têm a companhia dos sadhus, que é o animador no sadhana.
Vejo vocês muito animados, vejo a cara que me olham, estão absorvendo cada palavra que digo. Sinto-me muito afortunado, sinto-me privilegiado e muito comovido pela atenção que me dão.
Se aqui houvesse uns quatro dormindo, o que eu faria? Eu faria outra coisa. Não há muito tempo para si na vida devocional, mas está tudo bem. Trabalhamos duro, vamos seguir lutando, não vamos jogar a toalha, em associação com os devotos continuaremos.
E se estiver em uma fazenda ou fora da cidade, mais difícil ainda. Tem que ajudar a fazenda, tem que coletar para a fazenda, levar tour à fazenda. Neste mundo há muitas coisas a serem feitas, os devotos têm muito trabalho. Quase não há tempo para o sadhana, mas não se esqueçam, seu trabalho também é sadhana. Se algum devoto estiver doente, tem que atendê-lo, torna-se prioridade. Então, há muito, há uma hierarquia.
Guru seva, Vaishnava seva, são como hierarquias de atenção. Nam seva, cantar Hare Krishna é o mais elevado, mas Guru seva e Vaishnava seva são abençoados no Nam seva.
Nam seva, Dham seva, há muitos. Por isso deve-se ter claro que isso é muito importante. E quando cantar japa e o Guru te chamar, pode dizer: “Gurudeva, estou cantando japa, não posso atendê-lo”. Se cometer uma ofensa ao Santo Nome, o Santo Nome não vai gostar, então, temos que ver que haja uma sequência natural, uma hierarquia do coração.
Mas o Guru não te chama para dormir, a não ser que esteja muito doente ou muito cansado. O Guru diz: “Você está dormindo a cada momento, não está mais pronunciando nenhum mantra. Vá descansar 10 minutos e depois cante bem”.
Também existe isso, o Guru é muito amplo, é muito flexível, ele adapta-se ao tempo, lugar e circunstância. O Guru não é quadrado e está proibido dizer algo em nome do Guru: “Meu Guru disse que tem que fazer isso e aquilo”. Não, não é assim. Não tem que convencer uma pessoa do que deve-se fazer.
Srila Prabhupada proibia dizerem “Prabhupada said” (Prabhupada disse), ele dizia: “O que eu quiser que você saiba, colocarei por escrito”. Como na justiça, na corte que busca 3 ou 4 lados da mesma história e assim chegam a um acordo. Isso é justiça, quando não há corrupção.
Hoje em dia há muita corrupção, por isso não acreditam muito na justiça. Mas a vida continua, temos que lutar. Não podemos jogar a toalha, pelo menos temos que fazer justiça entre os devotos, entre a comunidade.
Agradeço muito a todos que fazem sadhana. E com estas palavras me despeço. Um grande abraço a todos de coração.
Srila Prabhupada ki jay!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 31 de maio de 2015

A dualidade: tem que tolerá-la e aceitá-la





“Às vezes pensamos que o prazer efêmero do momento é o mais importante, quando na verdade o importante é o prazer de Krishna.”



Meus queridos devotos.
Estar contra o relógio sempre é um pouco pesado, mas a vida sempre é contra o relógio. Temos apenas uma chance que é sair correndo para frente neste mundo, o samsara. Cada instante conta, cada minuto, pensamento e cada palavra contam.
Às vezes pensamos que o prazer efêmero do momento é o mais importante, quando na verdade o importante é o prazer de Krishna. Que Krishna satisfaça-Se com tudo o que você fizer, é importante. E por isso às vezes tem que sofrer. De certa forma, a vida é marcada pelo sofrimento, claro que também há alegrias, mas marca-se pelo sofrimento.
A primeira coisa é sair do ventre, parece impossível que uma criança desse tamanho saia por uma abertura tão pequena, ou melhor, é quase impossível imaginar como o corpo da mãe abre-se tanto a fim de permitir sua saída.
Assim é a vida, é cheia de dores, grandes dores, dores necessárias, karmáticas e desnecessárias. A maioria das dores é desnecessária, isso é o mais engraçado. Por que cai uma pedra no meu pé e dói? Bem, é natural, mas há dores que não sei, como exemplo os ciúmes que fazem sofrer gratuitamente a muitas pessoas. Das pessoas ciumentas às vezes caem seus cabelos ou vivem muito nervosas.
Eu tenho a solução para os ciúmes, se alguém lhe for infiel, deverá lhe dizer “obrigado”, não tem que perder mais tempo servindo alguém que não vale a pena. Não pode estar com alguém que não quer estar contigo, não pode querer impor sua presença, sua existência sobre alguém que não quer estar contigo. Não é razoável? Claro que no caso de já ter três filhos é diferente. Em tal caso é falado de contratos firmados no registro karmático, porque quem deixa filhos jogados, muitos nascimentos é garantido que lhe esperam. Por isso deve-se ser muito cauteloso, orar muito a Krishna, a Deus orando e orando, não aos demais, não ao ego e à luxúria.
Assim sofre-se no mundo, e sofrer para Krishna é bom, por isso eu não tenho medo quando mando alguém para Santa Martha ou para Varsana e passam por alguma tapasya. Eu não tenho pena, porque foi por algo complexo. A dualidade: tem que tolerá-la e aceitá-la, trata-se de impressões temporais dos sentidos, felicidade e tristeza. Está feliz porque tem cabelo, mas quanto sofrimento com o shampoo... em contrapartida, se estiver calvo estará poupado do shampoo, mas de repente não gosta. Cada coisa tem sua vantagem.
Então, há sofrimento onde quer que seja. Envelhecer poderia ser chamado do pior dos sofrimentos, porque na velhice há poucas coisas boas, pois falha a vista, a audição, o olfato, o movimento, falha tudo e dói tudo. Dificilmente sentirá que está estático se não realizar antes de chegar a essa realidade temporária que não é este corpo. Aí sim vale mais realizar isso na velhice, porque este corpo é problemático, nenhum corpo velho funciona perfeitamente.
Então, este corpo material é um lugar de sofrimento. Diz Krishna no Bhagavad Gita: “É curto e miserável. O que estamos fazendo aqui então? Como nos metemos aqui? O que aconteceu quando nos enfiamos no mundo material?” Talvez tenhamos ainda a ideia de que tudo será bonito, tudo belo, “serei uma mulher adorada” ou “um homem admirado, bonito e tudo me sairá bem”.
Em Consciência de Krishna a coisa é sensata e vale a pena sofrer, não tem que pensar que chega na Consciência de Krishna e vai acabar o sofrimento, isso é mentira. Faz sentido sofrer para o Senhor em um serviço amoroso, isso nos aproxima ao Senhor do Amor e do Sofrimento.
Àquele que quer casar, meu mais profundo pêsame. Se celebramos o matrimônio como algo glorioso é porque há dois sacrificados que aceitaram entrar o sofrimento, tudo isso apenas para favorecer às crianças que chegarão. Se não houver pai e mãe que sofrem por seus filhos, então não há nada.
Não é uma publicidade para “Matrimônios Conscientes”, mas o ato de um homem e uma mulher casarem e fundarem uma boa família, os fazem mais sacrificados que os brahmacarys. Ser brahmacary é um super sacrifício, mas se for brahmacary para pregar, não para fugir de responsabilidades. Do contrário, não é um brahmacary, é um fujão dos deveres humanos. O brahmacary pregador rendido ao Guru tem uma desculpa, uma boa desculpa para não gerar seres humanos e são eles que geram consciência nas pessoas em nome do Guru, as cuidam para que convertam-se em boas devotas e pregadoras.
Isso é muito importante e sempre dou muito graças a Srila Prabhupada que me salvou do matrimônio para servi-lo, mas tenho que trabalhar muito duro, como se tivesse 10 filhos e não é falso. Claro que o trabalho também é ler livros, tudo o que faz um brahmacary também é um tabalho, estudar para ser bom pregador.
Estas coisas são contadas com certas doses de piada. Melhor dizendo, o mundo material é como um ditado alemão que diz: “Fazer cara bonita ao buraco feio”. Mesmo que aconteça algo mau, ainda assim sorriremos.
Imaginem, sou uma pessoa social e estou envolvido com muitas famílias, chegam a mim todos os dias notícias de nascimentos, mortes, divórcios, enganos e traições entre todas as circunstâncias. E depois tenho que parar diante das pessoas e mostrar uma cara feliz e falar: “Como estão, queridos amigos? Façamos projetos bacanas, temos que seguir em frente, não vamos baixar a guarda, etc.”
Não pensem que seja sempre fácil fazer a cara bonita ao buraco feio, mas assim é a vida, assim nos move, move a mim porque voluntariamente aceitei este serviço de mendigo de amor, peregrino errante, e não posso me queixar porque eu escolhi.
Quando tinha uns 13 anos de idade, eu me deprimia pelas guerras, lia aos jornais e estava a ponto de entrar neste abismo que se chama depressão, dizia: “Nada vale a pena, o que farei?”. Mas foi quando tive a iluminação e disse: “Se eu posso chorar por tudo, por que em vez de chorar não rio de tudo e adoto uma atitude positiva na vida?”, e assim tomei uma atitude otimista, tomei a atitude de rir de tudo.
Por isso, sempre me veem com um sorriso, e não é artificial. Se vocês olharem bem, a verdade é que há muitas coisas lindas que nos levam a rir. Quando vejo vocês, por exemplo, me parecem pessoas lindas, mesmo conhecendo muitas falhas suas, isso não me faz pensar que não sejam pessoas lindas, ao contrário, me parecem pessoas lindas na linda luta que decidimos levar junto a diante.
Podemos nos assegurar do êxito, lograremos algo porque não há outra opção.

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 24 de maio de 2015

Assim que separar-se do Absoluto estará confinado ao relativo





“Para aqueles que estão lutando para se renderem à vontade do Absoluto e se converterem em devotos, a pregação é a ferramenta fundamental para nutrir a vida espiritual.”


Meus queridos devotos, aceitem meu afeto da Venezuela.
Hoje quero compartilhar umas palavras sobre a união com o doce absoluto. Devemos entregar nosso coração e alma ao domínio absoluto do amor, esse é o nível do Absoluto.
O mundo, o amor, está muito além dos desejos, dos anseios e das lamentações. O mundo do amor é uma dimensão muito fina, tanto que naquele domínio poderá se unir com a doce vontade do Absoluto. Essa é a chave em todo esse assunto, unir sua alma com a doce vontade do Absoluto que sempre favorece a devoção e aos devotos.
Deus tem planejado o absoluto bem-estar para ti, mas você deseja separar-se de Sua vontade e obter o bem-estar relativo tentando convertê-lo em absoluto. Deus é doce e possui uma doce vontade e te incluiu nessa doce vontade. Mas deve render-se à Sua doce vontade. Rendição ao Absoluto do mais profundo do coração. Deve entender que apenas desenvolvendo amor pelo Absoluto existirá um bem-estar absoluto e positivo que está esperando por você, e que Ele mesmo está te buscando.
O Absoluto deseja seu bem-estar absoluto devido ao fato de você ser parte absoluta Dele, mas devido ao fato de possuir a função absoluta do livre arbítrio – pois é parte e porção do Absoluto – então deve exercitar sua capacidade absoluta de decidir. Decidir se “desejo entrar em contato com o Absoluto, se desejo me unir com o Absoluto, se desejo abraçar a doce vontade do Absoluto e se não desejo mais usar faculdades mentais para me separar do Absoluto.” Porque assim que separar-se do Absoluto estará confinado ao relativo, porque no relacionamento ao Absoluto tudo tem uma só meta. No amor, a meta é uma.
Aquele que imersa no plano material tentando mudar seu rumo e direcionar-se ao centro absoluto é conhecido como um devoto. E quando existir algum conflito entre aqueles que se empenham em permanecer nas áreas relativas e tomar posse delas e aqueles que querem se direcionar aos níveis espirituais absolutos, é então que o Senhor mesmo descende do centro de tudo e protege ativamente Seus devotos.
Essa é a misericórdia especial do Absoluto naqueles que se renderam à Sua doce vontade. E para aqueles que estão lutando para se renderem à vontade do Absoluto e se converterem em devotos, a pregação é a ferramenta fundamental para nutrir a vida espiritual.
Srila Prabhupada estabeleceu as festas dominicais como a forma mais tradicional de pregar no Ocidente. Em nenhum lugar onde vivam os devotos deve existir um templo fechado aos domingos. Não é permitido. Isso é um alerta! Escutei que existem templos sem festa dominical e isso é grave. Foi instaurado pelo próprio Srila Prabhupada e isso me preocupa.
Pode ser que não possamos exigir de todos os devotos da comunidade que participem na festa de domingo, pois pode ser que eles também estejam ocupados em organizar diferentes festas e programas durante a semana. Mas devemos reconhecer que ser anfitrião de uma festa vaishnava é uma grande honra e outorga o maior grau de alegria.
Nestas festas não pode haver escassez de prasadam. Se não houver muitos cozinheiros, que possa haver muitas e variadas preparações, então deve haver pelo menos uma paella deliciosa ou um super kitri ou upma e um doce em grande quantidade. Isso é o mínimo. Outra opção é que os próprios devotos e grihastas da comunidade possam cozinhar em suas casas e levar diferentes preparações ao templo. Assim poderá ser feito uma festa com muitas variedades de prasadam. Apenas precisamos que hajam reuniões e seja permitido a todos os devotos da comunidade (os do templo e os que vivem fora do templo) a participarem ativamente.
Cultivem esta tradição familiar com amor e confiança. Deve haver uma lista dos afazeres e tarefas para organizar a festa antes, durante e depois. Tem que estar preocupado para que tudo fique muito limpo assim que termine a festa para assim poder continuar os serviços no dia seguinte de manhã.
Mais festa significa mais alegria, significa mais vaishnava, mais trabalho, mais serviço, mais devoção e mais autocontrole, ou seja, menos Maya. É tudo matemático, projeto de salvação em serviço amoroso, “a festa do amor espiritual dominical”. Claro que isso não exclui que a cada noite nos templos deva haver uma mini festa de pregação também, onde seja dada uma aula do Bhagavad Gita, façam kirtan e distribuam prasadam. A associação com os vaishnavas significa instruções sagradas, kirtan e prasada.
Além disso, temos muitos materiais para apresentarmos às pessoas, todos eles introduzem-se no meio da festa. Assim, cada convidado pode encontrar a forma que mais gostar para adorar e servir a Deus. Essa é a nossa luta para difundir as glórias do Absoluto Senhor Supremo e contagiar todas as almas com este movimento que leva a nos separarmos do relativo e nos rendermos à Sua doce vontade.
Desejo um grande abraço e agradeço de coração todos aqueles que estão pondo energia para manter estes belos festivais dominicais de amor.
Compartilhem esta mensagem com todos os membros de suas comunidades.
Jay Srila Prabhupada!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 17 de maio de 2015

Positiva e progressiva imortalidade





“Positiva e progressiva imortalidade é uma revelação da natureza da nossa alma. E como é a positiva imortalidade? Sankirtan yoga, a união com o infinito no som sagrado.”



Jay Radha Madhava Kunja Bihari
Gopi Jana Vallabha Girivaradhari
Yashoda-nandana braja-jana-rañjana
Yamuna-tira-vana-cari

Muito bom dia a todos.
O que quero compartilhar com vocês é um som curador. Não somente aos que vão curar senão aos que vão ocupar. A cura está na positiva ocupação. Não estamos aspirando o Nirvisesa, ou o vazio. O vazio nada mais é que a negação da frustração quando alguém tentou, tentou, tentou e disse: “Isso não serve mais, aqui não há nada”, então diz: “Não quero mais nada”. Isso chama-se Nirvisesa como o máximo anseio para a não percepção, mas o som que nos cura é o que nos leva a uma ocupação dinâmica, chama-se a positiva e progressiva imortalidade.
Isso já é um pouquinho exigente: positiva e progressiva imortalidade. Dizem: “O que é isso?” Imortalidade tudo bem, pode ser que aceitemos, mas positiva e progressiva? Pois claro, porque o ser consciente sempre é positivo e progressivo.
Se não fosse positivo e progressivo, seria uma tortura, uma prisão, ou algo assim. Quando diz-se que não quer mais nada, que não quer escutar nenhuma palavra, está acabado como sem liberdade, pode-se comparar como em um estado anestesiado. A anestesia é muito boa, porque quando alguém está anestesiado, pode ser tirado um tumor sem sentir, algo do tipo, podem arrancar um dente, mas felizmente não sentir nada. De certa forma, a anestesia nos oferece algum alívio, mas se na hora de comer lhe oferecerem comida, você dirá: “Não é o momento para comer, com anestesia não preciso comer.”
Positiva e progressiva imortalidade é uma revelação da natureza da nossa alma. E como é a positiva imortalidade? Sankirtan yoga, a união com o infinito no som sagrado. No som sagrado, no cântico e na dança, por isso se diz que o mundo espiritual é aquele lugar onde cada passo é uma dança e cada palavra uma canção, então você diz: “Ai, assim eu fico.”
Na positiva progressiva imortalidade, no cântico divino, o progresso é a continuação, o crescer está tudo dentro e não tem limites. Jay Sri Radhe, a mãe divina, a mãe cósmica, também chamada de facilitadora, e por ela sabemos de tudo isso. Se não houver um meio não há transporte, por isso é preciso de Radha que nos toca o coração, que nos leva até essas dimensões agora. Jay Radha Madhava.
Madhava é mais doce que o mel e Radha é a mais querida e é a conquistadora. Em sânscrito o Senhor se chama Madan Mohan. Madan é cupido, Mohan é o que encanta cupido. Quando o cupido atacou a Krishna ficou apaixonado, então Krishna é o conquistador de cupido, é Madan Mohan. Mas logo vem Radharani e aí acaba com Krishna, porque vem a conquistadora de Madan Mohan.
É dito que quando vem Radha, e Radha está muito vinculada a nós pelo idioma: “la enamorada, la añorada, la dorada, la morada”, Radha está sempre conosco, sabendo ou não sabendo isso é um assunto a parte. Mas esta Radha é a que nos dá a conexão com a divindade. Há uma canção da música curadora que também vou cantar:
Radha, glória a ti amada de Madhava
Radhe Radhe Radhe Radhe Radhe Syam
Jay Sri Radhe Jay Sri Syam
Jay Sri Vrindavan Dham

A verdade é que Radha está mais ansiosa para que cheguemos a Krishna do que a nossa própria alma. Nossa alma tem livre arbítrio e por isso nos tornamos exploradores dos samsaras. Alguns estão explorando por aí pela Venezuela, outros por Hollywood, outros por Bangcock, outros por outras galáxias, porque você vê na noite tudo o que há neste universo a explorar, muito.
Os samsaras são os facilitadores da exploração dos repetidos nascimentos e mortes, e agora nos encontramos irmãos e irmãs em meio desta exploração, em nosso anseio de encontrarmos com o sankirtan yoga, e isso é tudo manifestado por Ela.
A Ela foram compostas muitas canções. Vou compartilhar uma escrita de um grande poeta, Rupa Goswami, uma canção importante em seu aspecto transcendental. Por isso, Radha é a conquistadora de cupido e também é a inseparável do cupido. Em todas as culturas é Ati Senecun e Ati Serancua, são inseparáveis, sempre a manifestação da divindade.
Na invocação sempre nos traz a presença do casal divino, também existe a mãe com o filho, mãe Yashoda com seu filho. Quando vê-se a maternidade, não pode-se dizer nada, toda as teorias do mundo acabam diante desta imagem, sem mais especulação, é a mãe com seu filho, o que mais quer explicar? Nos homens não sai uma gota de leite, não acontece nada, é a Mãe Divina que faz isso, então são maneiras a serem pensadas. Isso também chama-se Vatsalia, o amor eterno divino, e o casal divino se chama Madhurya, e isso é muito interessante.
Na música divina é a união conjugal, a inseparabilidade do casal divino. E a inseparabilidade se manifesta através do vipralamba em sua máxima forma, ou melhor, no anseio da união é celebrado como o maior e isso está no Srimad Bhagavatam como sambhoga e vipralamba, no passatempo de Krishna.
Ontem tivemos uns círculos de canto à água como no canto congregacional, o círculo do amor onde todos pertencemos em união ao plano divino. Então, na dança do rasa, todos conhecem a imagem onde Krishna está dançando e ao redor estão todas as gopis.
Krishna expandiu-se, então Krishna expande-se em muitas jivas como nas gopis que querem estar com Ele, é algo para que não haja problema de excesso de cota. Se sentirmos que já é tarde, que já encheu, isso não é Vrindavan, Vrindavan é a terra do amor infinito. Por isso é tão linda, e é o amor de Radha que quer que todos cheguemos a Ele. E Ela vem até o samsara para divulgar o amor e o som que nos dá a medicina do amor.
Por isso, Rupa Goswami a glorifica de uma maneira muito especial:

És vista dando êxtase a Damodara
És a rainha de Hari e toda Vraja
Radhe, glória a ti
A mais querida menina de Gokula
De Vrisavanu nasces, qual lua nova
Lalita e Visaka de suas dotes se alegram
Radhe glória a ti, a amada de Madhava
Dá-me tua graça ou misericórdia
Sanaka e Sanatan, tuas glórias elogiam

A Ela foram feitas milhares de canções, isso mostra a ternura que todos estamos aqui, velhinhos, meio gagás, cantando a uma pequena menina, porque ela é a que tem feito o universo inteiro e é a personificação da Mãe Universal, desta Mãe Terra, desta bondade infinita se manifesta esta conquista que nos traz o madhurya. Ela é a rainha do rasa. “Rasa” significa “os sabores do infinito amor”, isso é o que ela representa.
Então, no sankirtan yoga é um movimento dela, a música medicinal pertence a Ela completamente, todos os direitos reservados. Gostando ou não da música, todos os direitos são reservados para Ela, porque Ela pode levar do bom ao melhor. Aho!
De uma vez por todas acima onde o coração irá livre em seu amor. Então na terra de Vrindavan não fala-se de Deus, fala-se de Sua Radha, por isso ninguém diz em Vrindavan: “Jay Sri Krishna”. Pela Índia afora, em todo lugar, dizem “Jay Sri Krishna”, mas na morada dela dizem “Jay Radhe”, porque Krishna só quer escutar “Jay Radhe”. É algo que no amor sempre há esse desejo de que a glória seja dada ao outro, não um “sou eu, sou eu, sou eu”, por isso so ham, é realmente “sou teu, sou teu, sou teu”, é isso o que é.
Então, Ela é a personificação do “sou eu” e não me venha com outra coisa, porque eu sou teu, sempre sou teu, e é exatamente o oposto no samsara, “você é meu”.
Bem, há outros segredos por aí que não vou tocar agora que é no amor também de Radha e Krishna onde manifesta esse rasa lila, onde todo mundo tem acesso a ser parte deste divino círculo. Sankirtan yoga, é esse círculo divino cujo todos estão convidados.
Agora falamos de imagens e temos aqui grandes artistas conosco que sabem levar imagens à visibilidade, por isso a música medicinal combina com as imagens medicinais, como o yantra, isso é o mandala, é algo que vemos em diferentes formas.
Por exemplo, quando caminhamos daqui ao templo passamos pela pedra que sorri. Qual pedra que sorri? Essa é a pedra de Govardhan que representa a Ela e a Ele também. Radhe Krishna, é Radhe Krishna e o devoto, todos estão ali de uma forma maravilhosamente manifestada.
Então, esse som vem da colina de Govardhan que se expande, e ali no lago há outra e em Vrindavan está a maior, tem que visitar para conhecê-la, e nesta imagem Radha Madhava Kunja Vihari manifesta-se.
Uma irmã minha, Syamarani, fecha os olhos e saem umas coisas que ninguém pode acreditar. Destes artistas não há muitos, por isso ela pinta Radha Madhava. Na Alemanha temos um artista também chamado Ambaris. Os astaskyas, os asta manjaris e todo o Madhurya lila se manifesta ali.
Kunja Vihari significa isso, o mundo da alegria e as piadas ilimitadas, porque quando Krishna e Radha se juntam com os gopas, isso é pura risada. A única coisa que me faz pensar nisso neste mundo é a risada de Gurudeva Atulananda. Essa é a única, porque quando ele lança suas gargalhadas, você pensa “de onde saiu isso?”.
Vrindavan é uma terra de alegria sem limites, porque o amor é uma alegria sem limites. Kunja é floresta, agora estamos em uma, onde o sol entra, estamos no círculo dos devotos, isso se chama kunja e vihari, quer dizer a manifestação, esta manifesta-se, faz-se palpável onde estão todos os sabores imagináveis, pode-se dizer assim.
Girivanadhari, já expliquei que é quando o Senhor levanta a colina para proteger, é como se houvesse um perigo. Krishna disse “Eu estou aqui, não se preocupem”, mas no amor mesmo alguns vrajavasis pegam paus para cuidarem do pobre Krishna, isso é uma mostra do amor.
Por isso essas imagens chamam-se “imagens ao mundo espiritual” e podemos vislumbrar algo de lá, e a deidade é uma janela ao mundo espiritual. A deidade tem algo em particular. Um artista pode ver uma imagem ao mundo espiritual, contemplar e pintar ou esculpir, mas assim como uma canção, não é pelo que soa senão o que tem dentro. Quando manifesta-se isso, essa iconografia, quando faz-se visível através do artista, mas quando os vaishnavas explicam algo ou nos entregam algo, isso torna-se adorável até o ponto que podemos entrar no altar e nessa iconografia tendo contato divino direto. Podemos lhe costurar, cozinhar, massagear, por para dormir e de repente dizer “nãooo, isso é demais o que está acontecendo, uma janela ao mundo espiritual pode ser, mas poder entrar no quadro e participar?”.
Por isso diz-se que a adoração à Deidade é o terceiro nascimento, por isso nossa amada devota Radha Tulasi não está mais conosco, ela já está em Vrindavan. Ela é uma devota que tínhamos aqui, Sri Krishna a levou, como levou Jhanava devi, mas isso é outro assunto longo.
Gopijanavalaba é o conquistador e o guardião das gopis. Neste sentido, algo muito importante. Apeguem-se a ler isso. Todos somos femininos ante a divindade. Algumas vezes alguém disse “eu sou Deus”, então o outro disse “é uma piada?”, “deixe-me ver, você fala chinês?”, há muitos chineses que precisam falar com Deus, essa é a grande diferença.
Sou parte da divindade ou sou parte da personificação da divindade, isso não veste bem. Isso não é bhakti, não é aí que está o sankirtan, pensar que sou Deus é como o ego-meditação. Nossa meditação é: “Sou parte de Ti”, e é assim que a devoção é o movimento do sankirtan, quando tiver o desejo: “sou teu, meu Senhor”, então o Gopijanavalaba fica firmemente estabelecido que somos parte dele, que somos gopis. Mas como funciona isso? Não vamos entender, eu tampouco entendo, não é assustador que não entendamos, é incompreensível. Isso chama-se em sânscrito Acintya, e se alguém puder conceber a janela do mundo espiritual, poderá fazer algo incompreensível também.
Agora vem Yashoda Nandana que já expliquei também que é uma iconografia, conquistador de cada átomo.
Yamuna tira vana cari. O Yamuna é o rio sagrado, há muitas histórias do rio sagrado. Dizem que é mais sagrado que o próprio Ganges e isso poucas pessoas entendem. O Ganges vem dos Pés de Lótus de Vamana deva, como pode haver algo mais sagrado? Inclusive no hino da Índia é mencionado Yamuna Ganga. De todos os rios, é o rio mais apreciado. Lá se manifesta a imagem divina de Vrindavan.
Vrindavan descende à Terra, mas o mais incrível é que Vrindavan é expansiva, e Varsana na Colômbia é uma parte desta Vrindavan. Meu Parama Gurudeva disse: “É minha missão estabelecer Vrindavan no coração de todos, essa é a ideia.” Se tiver uma fazenda, logo a transforme em Vrindavan. Tem uma casa? Transforme em Vrindavan. Se não tiver nada, transforme-se em Vrindavan.
Como na permacultura, se não tiver fazenda, plante algo na varanda, mas faça algo para conectar-se com a terra sagrada. Então, Vrindavan é um estado de consciência e o som divino é a conexão com esta terra. Que esta existência transforme-se em Vrindavan, essa é a medicina da nossa existência e onde manifesta-se o próximo verso.
Glória a Ti, oh Sri Caitanya. Sri Caitanya é Radha e Krishna que vêm a este plano. E para que vêm? Resumindo um pouco, realmente Vrindavan é para ser distribuída. Isso é chamado quando Madhurya torna-se Audharya, significa quando a doçura do contato íntimo divino torna-se a generosidade ilimitada. Quando não é feito discriminação: “você sim, você não”, a generosidade maior e absoluta chama-se Audharya, esse é o significado de quando se faz um ashram.
Os ashram são Audharya dham, os lugares onde a magnanimidade torna-se palpável, onde pode-se cantar, comer, consagrar, pode tornar parte disso. Como fazer? Isso é manifesto por Sri Caitanya, quando Madhurya torna-se Audharya, então descende Sri Caitanya.
A medicina que cura é aquela que invoca o agradecimento dentro de nós à infinita bondade, à existência da nossa família visível e invisível, porque muitas coisas são aparentemente invisíveis.
Krishna Nusandhana quer dizer quando a divindade faz-se visível. Quando manifesta-se é algo que não está sob nosso controle, por isso os devotos sempre estão chorando, por isso alguém disse: “Srila Prabhupada abriu uma escola de pranto”, por quê? Porque “quem não chora, não mama”, isso é algo que todo mundo sabe. As crianças já são especialistas, e as mulheres também. Aquele que não chora, não mama.
No Bhakti Yoga somos os chorões, mas é um pranto que se mistura com essa alegria que torna-se o sankirtan yoga, ou a união do pranto. Às vezes mais alegre ou mais triste, mas sempre intimamente conectado e por isso agradeço muito a todos vocês pela presença hoje no santuário da água que é um dos presentes mais lindos que já recebi na minha vida. Tão somente como ver, porque nem posso levar. Mas podemos adorar e assim levar a todos os lugares, pois quando adorar em sua casa, invocará e o terá em sua meditação.
A adoração nos conecta a qualquer hora de qualquer lugar, por isso a adoração é algo tão belo.
Srila Prabhupada ki jay.

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 12 de abril de 2015

Uma alma bem intencionada fala da verdade




“Srila Prabhupada trouxe a Consciência de Krishna ao Ocidente, trouxe uma revolução espiritual, uma revolução de amor.”


Queridas madres e devotos.
As pessoas esperam por isso, que uma alma bem intencionada fale sobre a verdade. O encontro de um devoto de Krishna com uma alma que não sabe de Krishna é a fortuna maior de ambos. O devoto é feliz porque pode entregar tudo o que recebeu do seu mestre espiritual e a alma fica feliz porque, enfim, depois de tantos nascimentos e mortes, alcança a misericórdia de Krishna.
Quando eu conheci meu mestre espiritual, o conheci nessa mesma situação. Ele estava entregando com muito entusiasmo o que seu Guru lhe deu. E eu recebi sua misericórdia de uma forma que até hoje não terminou. Todos os dias da minha vida realizo o que Srila Prabhupada fez para mim e para todos, não acaba, e melhor ainda que segue manifestando de muitas formas como projetos para expandir a pregação.
Alguns devotos surpreendem-se que hoje haja projetos que antes não existiram, pois no passado tampouco houve os que hoje há. Srila Prabhupada trouxe a Consciência de Krishna ao Ocidente, trouxe uma revolução espiritual, uma revolução de amor.
Por exemplo, Srila Prabhupada iniciou a distribuição mais impressionante de livros de Krishna, ou a instalação de templos e adoração de deidades em muitos países. Instalou pela primeira vez deidades de Krishna em muitos lugares convidando ao Senhor a receber o serviço dos devotos. Ele os convidou e continua até o presente pelo seu desejo. Srila Prabhupada organizou a adoração da deidade e estabeleceu templos e tudo com muito detalhe, inclusive como manter a economia dos templos para que a deidade fosse bem atendida.
Isso é um grande ensinamento, pois é Srila Prabhupada quem ensinou aos seus discípulos como manter templos, como construir templos. Srila Prabhupada em um significado do Srimad Bhagavatam 3.27.26 escreveu: “Um materialista constrói um grande arranha-céu e um devoto constrói um grande templo para Vishnu.”
Analisando superficialmente, ambos estão no mesmo nível, pois os dois reúnem madeira, pedra, ferro e outros materiais de construção. Mas a pessoa que constrói os arranha-céus é um materialista e a pessoa que constrói o templo de Vishnu é atmarama. O materialista, construindo os arranha-céus, busca sua autossatisfação em função do corpo, mas o devoto, construindo o templo, busca satisfazer a Suprema Personalidade de Deus.
Mesmo que ambas ocupações estejam relacionadas com atividades materiais, o devoto está liberado e o materialista está condicionado. Isto é devido que o devoto que constrói o templo fixou sua mente na Suprema Personalidade de Deus, mas o não devoto que constrói arranha-céus tem a mente fixa na satisfação dos sentidos.
Aquele que fixa sua mente nos Pés de Lótus da personalidade de Deus enquanto executa qualquer atividade, inclusive na existência material, não se enreda nem fica condicionado. Quem trabalha ocupando-se no serviço devocional plenamente consciente de Krishna mantém-se sempre independente da influência da natureza material.
Srila Prabhupada disse: “Quem conhece essa verdade e busca dedicar todos seus recursos ao serviço do Senhor evita todas as reações materiais e as influências das modalidades da natureza material.” Srila Prabhupada sempre enfatizou o fixar da mente em Deus para não nos enredarmos mais no material. Isso não quer dizer renunciar ao material, mas não nos enredarmos, não nos condicionarmos por sua influência. Isso é possível.
Deve-se ser muito determinado para que todas suas atividades sejam abençoadas por seu mestre espiritual. Bênçãos são instruções, disse Srila B. R. Sridhara Maharaj, meu sannyasi guru. As bênçãos que precisamos são instruções de como fazer as coisas bem. Apenas Gurudeva sabe como servir a Krishna corretamente, ele quem sabe o que Krishna precisa e ele pode te instruir no serviço.
Isso é a fortuna de um devoto, se todos seus esforços forem nesta direção, estou seguro que você seja uma alma feliz. E esta é a minha resposta quando muitos chegam a mim com tantos enredos que já não sabe-se o que dizer, cada vez mais complexos. Pregar e pregar que assim encontrará a resposta, entregando amor, presenteando seu tempo em apoiar projetos de pregação.
Por exemplo, agora estamos construindo um templo na Colômbia, o templo principal para Suas Senhorias Gouranga Radha Vrajesvara. É uma oferenda histórica dos devotos, todo colombiano deveria participar colocando seu coração. No meu coração tenho muito ânimo de lançar uma verdadeira revolução amorosa para todo cundinamarca. Lá somos uma só equipe, antes haviam vários programas. Eu uni todos Varsana, Goura Nitay, agora somos apenas um programa, apenas uma equipe.
Os templos de Bogotá devem ser dinâmicos para promover Varsana. Manejar tudo profissionalmente, os retiros não são para levar as pessoas para que se divirtam, paguem um pouco e comam ricamente. Retiros espirituais são a experiência de conhecer em um dia ou dois tudo o que puderem de cultura védica, de terem sadhu sanga.
Claro, Varsana tem muito o que mostrar, como o parque dos demônios, algo que não tem em outros lugares e que simplesmente por caminhar por ali já é uma grande pregação. Para isso, pegamos a revista que eu vou impulsionar e lembrá-los de distribuir enquanto eu estiver vivo. Esta revista de Varsana que eu esperei durante anos, agora deve ser distribuída com muito entusiasmo. Às vezes dizem a mim: “Eu vou levar 20 ao meu templo”, eu digo: “20? Prabhu, deve levar pelo menos 200 ou 300.”
Esta revista tem um grande poder, no fim as pessoas afortunadas te agradecerão. E também temos a revista Vrinda para que conheçam os projetos principais da missão Vrinda. As pessoas pensaram: “Eles têm uma fazendinha em Granada, mas como?”. Há fazendas no Peru, no Equador, no Chile, na Argentina, no Brasil? E na Índia, projetos para crianças, projetos que ajudam doentes com Sons que Curam, projetos de assistência profissional como médicos conscientes, defensores conscientes, oidaterapeutas, instrutores de yoga, educadores conscientes, arquitetos, ativistas, artistas, músicos, cozinheiros profissionais, etc. Uma universidade da sabedoria ancestral, uma escola de arte consciente, uma editora de livros com escritório de produção áudio visual.
Uma pessoa que chega aos nossos centros deve sair sabendo tudo isso. Deve sair levando uma revista. Nos retiros incluir isso como parte do material que recebe a pessoa e que se introduz na aula. Este é o meu pedido a todos os presidentes e líderes dos templos, e os CBA, por favor, me assegurem que isso seja feito sem falhar, pois isso é o que as pessoas buscam.
Todos os dias alguém sofre porque algum ser querido está partindo. Por partir deste mundo e isso é muito triste, e não sabem que os devotos têm muito material para acompanhar esta pessoa e aliviar seu pesar. Temos o programa da Casa da Sabedoria, temos Sons que Curam, temos o livro do meu irmão espiritual “A arte espiritual de morrer”, temos Sabedorias Védicas, vídeos, até médicos conscientes que seguramente salvam por mais tempo, se é que estão matando com tanta medicina química.
Muita gente já se salvou porque sua doença era emocional e uma terapia da Oida devolveu a fé à vida, como pessoas que queriam suicidar-se. Tudo isso são projetos para roubar as pessoas do mundo de Maya ao mundo de Krishna. Inclusive nossos produtos não têm direitos reservados, colocamos na internet e pronto, baixam de graça. Como nosso Bhagavad Gita recitado com a linda voz de Tapasvi Maharaj.
Agora estou trabalhando com uma equipe aqui na Europa em cursos da Oida. (Podem ver avanços em http://worldpeacetherapy.com/ ). Eu trabalho em vários projetos, mas Varsana é o centro da minha atenção, porque não quero descuidar da construção do templo do nosso ishtadeva. Já havia pedido e torno a rogar que ajudem neste projeto, esse é o meu desejo e a minha mensagem para o chat de hoje.
Que nossa alegria individual que tanto ansiamos seja alcançada quando encontrada com o desejo de Srila Prabhupada de dar amor ao mundo, de levar Krishna a todo lugar e a isso dedicamos nossa vida.
Srila Prabhupada ki jay.

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.