Vésperas de Maratona
Vrindavan,
Índia
“Eu fiz sankirtan por muitos anos da
minha vida, por isso posso dizer que este processo de sankirtan é uma grande
misericórdia. Por quê? Porque não buscamos pessoas por uma motivação egoísta,
senão com o único objetivo de aproximar as pessoas da Consciência de Krishna e
ocupá-la no serviço a Deus.”
Queridos devotos, saudações de Sri
Vrindavan Dham. Escrevo das margens do rio Yamuna, a filha do deus Sol e Irmã
de Yamaraj. Sri Yamuna Devi ki jay!
Minha mensagem de hoje é direcionada
a todos os devotos do Ocidente (América do Suul, Central e Europa) que entrarão
na maratona de dezembro.
Tradicionalmente, no Ocidente se
pensa que dezembro é o mês que satisfará todos os desejos, devido ao natal
consumista. Por essa razão, foi criada a ideia de que o mês de dezembro é um
mês de consumo extremo, por exemplo, ao trabalhador é dado um bônus extra em
seu salário do mês, etc. Assim, as pessoas não se preocupam com quanto gastam
no mês de dezembro, podemos dizer que está um pouco mais propenso para se
comprar um livro de Srila Prabhupada, um DVD consciente ou apoiar a causa da
Consciência de Krishna.
Eu fiz sankirtan por muitos anos da
minha vida, por isso posso dizer que este processo de sankirtan é uma grande
misericórdia. Por quê? Porque não buscamos pessoas por uma motivação egoísta,
senão com o único objetivo de aproximar as pessoas da Consciência de Krishna e
ocupá-la no serviço a Deus. Além disso, nós deixamos um produto ou um material
transcendental que está completamente vinculado a Krishna.
Eu gostaria de deixar uma Caixa de
Sabedoria Védica a cada pessoa no mundo. Este é o meu maior desejo, pois esta coleção
de desejos védicos tem algo para cada pessoa, porque a Cultura Védica é para
todos, não há nada que alguém possa dizer: “isto não me interessa ou isto não é
importante.” Por outro lado, gostaria também de dar Okis a todo mundo, Okis com
convite para conhecer nossos centros e assistir aos programas de nossos
centros. Okis com mensagens conscientes que possam ajudar a todas as pessoas
que não sabem para onde ir e que possam dizer: “Veja, estas pessoas praticam
bhakti yoga, têm fazendas ecológicas, estão interessadas no bem das pessoas,
etc.” Esta é a consciência que quero compartilhar com as pessoas, esta é a consciência
que eu recebi de Srila Prabhupada e por isso, a competência transcendental da
Maratona de Sankirtan do mês de dezembro é a oportunidade de levantar o espírito
de nossos pregadores em todos os países.
Hoje voltei para Vrindavan, de Hrisikesh,
onde estivemos atendendo uma conferência da Green Pilgrimage Network (Rede de
Peregrinação Verde ou Ecológica). Nesta conferência, falamos de fazer uma
competência entre as diferentes cidades da Índia filiadas a esta rede, onde se
premia as cidades mais ecológicas em diferentes aspectos: a cidade mais limpa,
a cidade mais cuidadosa com os valores ecológicos, etc. Tudo baseado no
espírito de servir aos peregrinos que chegam à cidade. Esta humilde proposta
nossa foi aceita pelos organizadores e também será realizada no interior das
cidades, como uma competência dos templos em uma cidade para ver qual é o mais
ecológico. Isto é muito importante, porque são os próprios templos os culpados
em manter standars incorretos de limpeza e poluição. Uma conclusão muito boa desta
reunião foi aceitar que o uso do plástico nos templos é algo quase
pré-histórico e que será proibido de qualquer maneira.
Esta conclusão também foi aceita na
última reunião da Associação Mundial Vaishnava (WVA), onde se declara que nem
um vaso, prato ou artigo de plástico deve ser usado nos festivais da Gaudiya
Math. Assim, estão fazendo esforços múltiplos para preservar nossa Bhumi Ma, ou
Mãe Terra, pois é agora ou nunca que podemos fazer. Por isso, para mim foi
muita alegria ver que nessa reunião de Hrisikesh havia muitos templos interessados
em mudar a consciência dos peregrinos, muita predisposição para a mudança. Esta
mudança é de consciência e nós devemos ser completamente parte desta mudança de
consciência. Não podemos aceitar nos templos sacolas de plástico nem oferendas
que tenham plástico. Isso recém está sendo aceito aqui e tem tomado muito tempo
para que seja visto como uma necessidade. Esse é um passo muito positivo.
Meus queridos devotos, mando um
abraço muito grande para este fim de ano e peço que se mantenham animados sempre,
peço que se determinem a se converterem em estrelas neste firmamento e reluzam
seu entusiasmo mostrando a beleza que é pregar para as almas se mantendo com
ganas constante para levar a misericórdia de Sri Krishna e de Srila Prabhupada
a cada cantinho, cada casa. Por isso, devemos distribuir os Bhagavad Gita e os
livros de Srila Prabhupada massivamente em dezembro e também todos os materiais
que os devotos e madres do Seva trabalham com tanto esforço, porque não são materiais
ao acaso, são materiais conscientes, profundamente ligados à Cultura Védica
preparados pelos queridos devotos e devotas como um serviço.
Um sankirtaneiro tem que falar
assim:
“Senhoras e senhores, muito bom dia.
Se vocês levarem este livro, não posso garantir nada, mas eu encontrei a maior
grandeza e beleza da vida nele. Eu não venho para incomodar nem para lhes tirar
dinheiro, não, essa não é a minha área, somente desejo compartilhar com vocês a
coisa mais linda e maravilhosa que eu recebi. Por favor, leiam este livro e
comprovem vocês mesmos o que estou falando.”
Assim, um sankirtaneiro fala com
toda a alma, pois ele tem muito fervor e está convencido do que está dizendo. Eu
tinha um irmão espiritual na Europa que fazia sankitan e cada vez que falava
com uma pessoa, dava um livro e dizia: “Por favor, não me rejeite.” É a
convicção pessoal que faz o sankirtaneiro, pois ele está convencido que dia a
dia tem uma nova chance para proclamar por todas as partes as glórias de Sri
Caitanya Mahaprabhu. Nós vamos a sankirtan porque podemos pregar, e assim,
Krishna misericordiosamente presenteia a economia ao sankirtaneiro. Assim, os
sakirtaneiros estão completamente ansiosos para levar esta missão do Bhakti,
esta missão de Prabhupada, esta missão do Amor Transcendental a todo lugar.
Quando eu fazia sankirtan, não me
sentia obrigado, senão que Prabhupada havia dito que ele iria aos templos onde
mais distribuíssem livros, essa era a minha meditação, e assim, com muito
entusiasmo, eu ia a sankirtan e ficava muitas horas fora do templo distribuindo
livros só para saborear este néctar. Às vezes, temos que orar e orar e ninguém leva
um livro, mas o sankirtaneiro pensa que Krishna é o Controlador de tudo e
implora para pregar de coração.
Por favor, levem isto para a vida e
preguem as glórias de Sri Hari por toda sua vida, e se com esta mensagem não se
convencerem, façam vocês mesmos a experiência e saiam a sankirtan, participem
da maratona de dezembro. E façamos um esforço unidos para que nossa Família
Espiritual se livre de todo o ego falso e se converta em uma Missão de Coração
sem desvios, que só busca ajudar aos demais e que os membros desta família sejam
reconhecidos por serem humildes servos da tentativa de satisfazer a Sri Sri
Guru e Gouranga e a todos os vaishnavas que estão por todos os lados, pois eles
são nossos protetores e com todo o seu carinho têm permitido que nós possamos
aspirar algum dia nos tornarmos seus devotos.
Com esta mensagem me despeço no dia
de hoje. Espero de coração que possamos compartilhar um mês de Maratona de
Dezembro cheio de êxtase e pregação. Desta vez eu não estarei fisicamente com vocês
fazendo sankirtan, mas em Vrindavan trabalharemos em maratona em diferentes
projetos para acompanhá-los. Em janeiro vamos participar de um encontro
internacional de Yoga em Bangalore, onde queremos introduzir o Sistema de Yoga
Inbound e também a rede de Eco Yoga Aldeias. Logo depois vamos viajar a Puri
para receber as bênçãos de Sri Jagannath e participar do Maha Kumbha Mela em
Alahabad, onde teremos muitas oportunidades para pregar a consciência ecológica
e a proteção à Mãe Terra.
Meu abraço de coração a todos vocês,
lutadores da Verdade.
Gouranga Radha Vraja Mohan ki jay.
Srila Prabhupada ki jay.
Seu sempre bem-querente,
Swami
B. A. Paramadvaiti.