domingo, 30 de novembro de 2014

Sempre se esforçar




“Quando alguém está agradecido com um ensinamento se converte em um discípulo e se comporta docilmente diante estes ensinamentos, mas ninguém pode ser um discípulo por obrigação.”



Queridos devotos, aqui estamos na terra de Sri Gauranga com Gurudeva Atulananda. Sinto-me como em Vrindavan Jardins Ecológicos, como em nossa fazenda Ahimsavan ou como em tantos outros lindos lugares.
Hoje estou muito feliz, porque revisamos umas boas entrevistas que as madres Amrta e Krishna Seva fizeram para a UDSA e para o Pacto Mundial Consciente. Elas entrevistaram grandes personalidades da proteção à Mãe Terra na Índia. O melhor é que não foi nada planejado, pois quando chegamos em Delhi soubemos de Vandana Shiva e estávamos no evento da WVA, mandamos as madres para entrevistas e se saíram tudo muito bem.
Gente muito nobre que, apesar de serem grandes personalidades, receberam muito bem estas meninas da América do Sul e responderam todas as perguntas. É muito bom trabalhar com eles nestes temas, mas é claro que a eles não vamos com uma pregação devocional, pois fechamos algumas portas, porque as pessoas não querem ser convertidas.
Mas, o que significa realmente “converter”? Significa educar, pois cada pessoa quer convencer a outros do que pensa, e se alguém estiver equivocado, então se deve exercer o direito de questionar o que está escutando e criticar construtivamente. Por exemplo, quando alguém está agradecido com um ensinamento se converte em um discípulo e se comporta docilmente diante estes ensinamentos, mas ninguém pode ser um discípulo por obrigação. Não se pode amarrar aos seus discípulos, pois como diz no Srimad Bhagavatam: “Encontramo-nos pela Divina Providência e, agora que me encontrei contigo, te aceito como o capitão do meu barco para cruzar o Oceano de Kali.” E qual é o Oceano de Kali? A falta de amor.
Pois Radha e Krishna nos dão amor e nos convidam a deixar a confusão, assim, o amor está cheio de amor. Todo mundo ama e quer amar, e claro, quando se mistura é convertido em luxúria ou abuso, isso não é amor. As pessoas conquistam aos outros apenas para explorá-los, isso não é amor. O mais importante é nunca “jogarmos a toalha”.
A propósito, sobre não se deixar vencer, quero contar uma história que aconteceu na Venezuela faz um tempo. Lá eu aprendi que nunca há de se jogar a toalha... Eu estava a ponto de comprar um templo muito bonito de umas monjazinhas, o preço era de US$30 mil. Quando estava tudo pronto para a compra, fui buscar os papéis e, em vez de sair uma monja, saiu um militar com a escritura em mãos e me disse: “Acabamos de comprar o lugar.” Eu fiquei muito mal, muito frustrado, porque havíamos nos esforçado muito para isso. De fato, a doação havia sido dada pela comunidade hindu e eu teria de devolver.
Estava tão frustrado que fui caminhar e no caminho encontrei outro lugar, muito mais bonito que o anterior, com muitos animais, aves, etc. Quando perguntei quem era o dono do lugar, me disseram que era o senhor mais rico da cidade. Eu perguntei onde ele vivia e logo fui caminhando para lá. Tive que subir uma colina. Quando cheguei, me abriu a porta uma mulher e logo me levou à casa deste senhor milionário.
Na casa só estava este senhor milionário que tinha mais de 80 e muitas mulheres. Ele me perguntou o que queria e eu contei toda história do que havia acontecido. Falei com todo o coração e ele me disse: “Meu pai me disse: ‘Se cair do cavalo, não amaldiçoe nem o cavalo nem a terra, o melhor é se levantar com a ajuda da terra e seguir em frente’”. Eu disse que ele tinha toda razão e por isso estava lá.
Então contei que sua casa me parecia muito bonita e queria comprá-la. Era uma propriedade de muito valor. Assim, o senhor milionário não poderia acreditar no que eu estava pedindo e eu disse que “tudo era possível”. Comentei que só tinha US$10 mil e ele disse que venderia por US$100 mil. Eu disse que não tinha os 100 mil e ele disse que ajudaria a financiar. Logo chamou seu advogado e contou que ia vender a terra para fazer um templo. Assim, pudemos comprar a fazenda por US$10 mil.
Logo depois disso o senhor milionário teve um acidente e os devotos o ajudaram muito, mas no dia seguinte ele abandonou o corpo. É maravilhoso tudo o que pode acontecer quando alguém se associa com os devotos. Em pouco tempo recebi uma carta da filha deste milionário dizendo que não reconhecia a venda que seu pai havia feito. Eu fiquei muito mal. O advogado me sugeriu nem sequer brigar com ela e era melhor receber o Lakshmi de volta.
Por que conto esta história? Como um exemplo de que nunca se deve desanimar nem se deixar cair. Tem que se levantar toda vez. Essa é minha mensagem de hoje: Sempre se esforçar.
Meus queridos devotos, eu sem vocês não posso fazer nada, não quero fazer nada, é uma dependência dos devotos. Claro, a última palavra tem Krishna, sempre. Mas eu sinto que é um grande privilégio ter a companhia de todos vocês e manter tantos projetos lindos. As pessoas estão buscando “sorte”, mas se esquecem que neste mundo não existe a “sorte”, que tudo é karma e que sobre o karma está a misericórdia de Sri Krishna.
É o desejo da Divina Providência o que realmente faz com que tudo funcione. Krishna se mete em nossa vida e faz com que as coisas aconteçam e tudo o que fazemos na nossa vida deve ser funcional. Eu não acredito que um devoto fique desamparado, pois Krishna sempre está por trás cuidando de todos. Às vezes há alguns que são mais agradecidos, mas ninguém fica desamparado. Esforçado e agradecido, essa é a chave.
Com estas palavras me despeço de vocês por hoje e convido a Gurudeva Atulananda para compartilhar um pouco mais de néctar.

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.


Gurudeva Atulananda:

Queridos devotos, seguindo as palavras de Gurudeva Paramadvaiti...
Uma vez escutei um ditado: “Que sua vida seja uma subida”. Sendo assim, para que a coisa vá em subida tem que haver um esforço. Mas, na verdade, praticamente falando, esforço significa mais que nada nos apegarmos a nossa própria inteligência, ao que nós mesmos já tenhamos compreendido e decidido. Isso é tudo.
Sri Krishna disse no Bhagavad Gita:

Nasti budhir ayuktasya
“A pessoa que não está vinculada a Mim, não tem inteligência.”
                             
Se quisermos fazer algo afastados de Krishna, isso não é inteligência. Qualquer arranjo que queiramos fazer sem Krishna é imperfeito e não funcionará. Somente em Maya pensará que está funcionando, ou funcionará por um tempo. Em troca, a pessoa inteligente sempre está buscando o “selo com Krishna”.
Bhagavam Sri Krishna também disse: “A pessoa que não está vinculada a Mim, tampouco tem Bhava”, isso significa que não terá emoção nem sentimentos, pois tudo o que Krishna faz é para ter plena satisfação. Qualquer coisa que Krishna faz é completa, inclusive as pequenas estrelas tilintares traz uma satisfação especial. São só um pontinho de luz que têm uma qualidade e um gosto que satisfazem a todo mundo, essa luz também está nos enviando algo.
Tudo o que faz Krishna é muito maravilhoso, porque tudo vem do Seu coração até o nosso coração. Esse é o único vínculo que interessa a Krishna. Sri Krishna fala de “yoga”, é porque está falando de uma relação de coração a coração. Se não houver uma relação de coração a coração, então não há relação. Krishna não é hipócrita, não faz coisas inúteis, se Ele fizer algo é verdadeiro.
Há diferentes processos de yoga, mas Bhagavan Sri Krishna está desejoso que nós alcancemos o Bhakti Yoga, sempre estamos em Yoga. Estamos vinculados com Maya Yoga ou com Bhakti Yoga. Esse é o tema do entusiasmo: se apegar à inteligência e ao que compreendemos e não nos deixarmos iludir e nos vendermos por um suposto prazer imediato. Isso é um tipo de droga, a luxúria é um tipo de droga. Assim, sempre estaremos frustrados se depositarmos nossa fé em algum prazer imediato. É seguro que acabaremos frustrados.
Assim, não temos que fazer planos à curto prazo. Os comerciantes pobres vivem o dia, mas os grandes comerciantes se projetam à longo prazo. Assim são os grandes negócios: Investir muito e não receber nada por um bom tempo. Isso se chama “apertar o cinto”. Se quisermos um alcance superior, devemos nos esforçar. Krishna disse que Ele é a verdade e a resposta, qualquer outra coisa é um engano. Aí está a verdade, então devemos abraça-lo intensamente – isso é Bhakti Yoga.
Para nós, Bhakti Yoga significa abraçar a verdade, não significa abraçar êxtase ou a paz, abraçar o amor, não significa isso para nós. Para nós, Bhakti Yoga significa abraçar A Verdade, mesmo que custe ou doa, mesmo que traga perdas ou sem sabores. Vidya Vadhu, tem que se casar com a verdade. Essa é nossa iluminação, Ele é a Verdade Suprema, Param Brahma.
É isso, meus queridos, sempre manter o entusiasmo.

Saudações de Mayapur,

Atulananda Das.

domingo, 9 de novembro de 2014

Evitar má interpretação





“Um artista se nutre de sua própria criatividade.”


            Queridos devotos, recebam todo meu afeto de Vrindavan. Hoje estamos viajando a Rajesthan com um grupo grande de devotos para visitar os templos sagrados lá.
            Como vocês sabem, às vezes há muita interpretação. Às vezes é interpretado corretamente e às vezes não. São todas coisas de Maya, às vezes Yoga Maya, às vezes Maha Maya. Maya está em tudo, porque ela é muito poderosa e se estabelece em todas as esferas.
            Para todos os devotos da Família Vrinda, hoje quero compartilhar uma mensagem muito importante. Eu só busco fazer e seguir o que for claro para mim. De qualquer maneira, eu também tenho minha própria luta para me manter. Hoje quero esclarecer que as pessoas que trabalham comigo e são minhas representantes são exageradamente de minha confiança, mas às vezes acontece que temos distintas opiniões em diferentes temas. Eu sou conhecido por uma frase que repito habitualmente: “Todo devoto que tenha mais de 5 anos na Consciência de Krishna deveria se envolver ao máximo em tomar decisões e se tornar um líder responsável junto a mim”, eu falei isso muitas vezes. E muitos dos devotos que estão agora comigo têm mais de 5 anos e tomaram essas responsabilidades.
            Então, a mim interessa como nos associamos pela causa, nos associarmos significa tomar decisões também, e o fato que tomemos decisões diferentes não significa que seja algo ofensivo. Todos têm direito à sua própria opinião, todos têm direito a exercer sua intelectualidade natural. Claro, a submissão é necessária para que uma comunidade funcione. É necessário alguém que tenha a última palavra, para isso existem os diretores, essas são funções que podem mudar.
            Assim, com as diferentes funções, de fato, às vezes surgem interpretações diferentes do mesmo ponto. Por exemplo, ontem eu estive falando da nossa relação com os povos indígenas e inclusive disse que Swami Maharaj havia me criticado porque alguns devotos dizem que minhas aulas mudaram muito neste tempo. Eu dei isto como um exemplo, inclusive utilizei a palavra “crítica” e disse “até Swami Maharaj me criticou...”, mas me referia a uma crítica construtiva, porque todo mundo tem direito de fazer críticas construtivas. Esse é só um exemplo de um observador que está evidenciando as coisas que estão acontecendo. Porque é assim, nestes anos uma transformação está acontecendo e, para mim, tem sido uma transformação positiva, pois, por exemplo, as conquistas com as comunidades da América do Sul que não são claramente vaishnavas estão sendo muito positivas para a pregação.
            Assim, aceitamos a amizade com comunidades indígenas apenas pelo benefício da pregação. O mesmo aconteceu com a relação com muitos seguidores do impersonalismo na Índia. Eu posso ser muito criticado, porque, por exemplo, no Kumbha Mela me relacionei com grandes yogis e líderes impersonalistas para lhes pedir o apoio para proteger o Yamuna e Vrindavan. O mesmo com tantos políticos da Índia, visitando seus escritórios em Delhi e batendo em suas portas para que deem atenção em Vrindavan.
            Então, no Kumbha Mela estivemos junto de Gurudeva Atulananda de acampamento em acampamento para levar a dignidade de Srila Prabhupada com nosso tilaka e nossa roupa devocional para pedir atenção por Vrindavan. Claro, precisa se relacionar com todos eles para ter alguma conexão. Filosoficamente não temos nada em comum, mas eles são os que podem ajudar para que o Yamuna esteja limpo e que Vrindavan seja protegida.
            Às vezes eu faço coisas das quais tomo completa responsabilidade. Claro, se eu estivesse dentro de uma instituição, não aceitariam muito isso, como acontece com alguns dos meus irmãos espirituais que têm que cumprir com as regras da instituição e se veem freados em sua pregação.
            O que eu quero esclarecer com tudo isso é que todos podem comentar as coisas que não gostam. Eu trabalho assim com meus líderes, porque quero que os meus líderes sejam completos. Por isso, faz alguns anos que disse aos meus líderes que todos aqueles (especialmente sannyasis) que quisessem expandir a missão, poderiam fazê-lo. Assim, alguns sannyasis poderiam dar iniciação a outros em meu nome e logo para segundas iniciações contatar aos novos devotos comigo.
            Óbvio que isso significa que os líderes devem abrir novos projetos também, essas são transições. Porque todos vocês são siksa gurus em seus campos e a importância do siksa guru é a mesma que o diksa guru, não há diferença nisso. Isto é algo que eu preguei desde que nos conhecemos, não é um tema novo. Por exemplo, devido à dinâmica do grupo na Argentina, Giri Maharaj me propôs começar alguns projetos novos onde eles queriam ensaiar com o veganismo como método de proteção às vacas. Eu aceitei a linda proposta de Giri Maharaj, pois ele e Padmanabha Maharaj são pessoas de muita integridade. Só que alguns devotos o interpretaram de má forma, mas não foi assim.
            Eu dou a todos o direito de apreciar as situações da Missão e transmiti-las, pois sempre em Kali Yuga há maus entendimentos. Nós somos servos de Srila Prabhupada, por isso oramos: “Ó, meu Senhor, deixa-me ser um instrumento do Seu amor.” Vocês são siksa gurus, o que dizer então dos sannyasis que levam tantos anos apoiando a Missão. Por exemplo, a Giri Maharaj dei a permissão de ser ritivik acarya em meu nome, porque eu não vou com muito tempo à Argentina e às vezes há devotos que precisam ser iniciados e tem que esperar e têm que esperar. Claro, outros de vocês também podem ser ritivik acaryas, não é apenas Giri Maharaj, mas tem que se tornar pessoas de total confiança para ser. Não trata-se apenas de um posto político, não é uma posição que alguém ganha só por atitudes diplomáticas. Eu detesto a diplomacia.
            Queria esclarecer isto para todos os devotos da família Vrinda. Agora mencionei Swami Maharaj e Giri Maharaj, mas poderia nomear a outros devotos. Um sannyasi é um lugar tenente do Mestre Espiritual. Um sannyasi é um CBA com maiúscula, que vão a um lugar onde (mesmo que não tenham levantado por si próprios) podem ajudar e intervir em todos os níveis. Para mim, Colômbia é um projeto muito querido, pois foram os devotos da Colômbia que me incentivaram a tomar a posição de guia espiritual. Por isso, quando Swami Maharaj começou a pregar na Colômbia e a ganhar o coração dos devotos, me deu muita alegria.
            Todos cometemos erros sem querer, mas seguimos adiante. Na vida às vezes há más interpretações, por isso sempre é bom esclarecer as coisas. Eu queria compartilhar tudo isto com vocês hoje. Sinceramente, para mim, a proteção da natureza é algo sagrado. E a proteção e todos os rios e as águas do mundo é algo sagrado e deve ser protegido. Eu me emociono um pouquinho neste sentido e talvez me passo, mas... O que faço? Se em algum momento eu pus dificuldades a alguém, peço que me perdoem, não é minha intenção colocar ninguém em problemas.
            Um siksa guru tem uma missão muito clara, que a possa tomar de frente como quiser. Se uma pessoa receber a bênção de expandir novas áreas de pregação onde se projeta como o siksa guru, isto seria chamado como uma ramificação da mesma missão. Porque somos todos parte de uma mesma família. Eu sigo sendo parte da missão de Srila Prabhupada, somos Gaudiya Sampradaya e sempre seremos, porque adoramos ao Senhor Caitanya, porque também somos da Gaudiya Math, da Gaudiya Missão, da Iskcon, de Vishva Vaishnava Raj Sabha, da Caitanya Sarasvat Math, esses são apenas nomes.
            Eu autorizei alguns devotos de expandir a família, como o fiz com Giri Maharaj e Padmabha Maharaj. Assim, os devotos podem ter mais criatividade, pois, para mim, a criatividade é algo muito importante. Um artista se nutre de sua própria criatividade. Um músico deve compor, um poeta deve escrever poesia... Assim, somos seguidores da criatividade.
            Ao nosso Siddhanti Maharaj também disse que pode iniciar em meu nome. Essa é a ideia, que se atenda melhor as novas e diferentes ramificações, pois o siksa guru que está ao lado do devoto é muito importante, inclusive mais que o diksa guru. Mesmo claro que não haja diferença entre o siksa e o diksa guru. Mas quem está lá o dia a dia protegendo aos devotos é muito importante.
            Não se esqueçam de tudo isto que falamos hoje. Reflexões sobre isso. Enviamos as bênçãos de Sri Gouranga Radha Vraja Mohan de Vrindavan. Muito afeto a todos vocês.
            Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 2 de novembro de 2014

Cuidar de suas Govardhan Silas e adorá-las intensamente




Na verdade, não há nada a desfrutar no mundo material, a única coisa que há são os repetidos nascimentos e mortes: uniões e separações, uniões e separações. Agonizante.”


Meus queridos devotos, recebam todo meu afeto de Vrinda Kunja.
Ontem fizemos uma cerimônia muito linda às margens do Yamuna. A primeira cerimônia desse tipo, onde mais de 100 devotos foram celebrar os 20 anos da instalação de Gouranga Radha Vraja Mohan. E hoje pela manhã estregamos Govardhan Silas aos devotos que querem adorar a Govardhan em seus templos e programas – me senti muito feliz por isso. Os vrajavasis não gostam que as pessoas tirem pedras da Colina de Govardhan, mas se eles soubessem que estes estrangeiros queriam tirar a montanha inteira e roubá-la... Mas não, os devotos levam simplesmente para adorar.
Assim, o Senhor se manifesta na forma da Colina de Govardhan e os Vrajavasis se assustam por Krishna não ser respeitado da forma que merece. Mas o Senhor mesmo faz que existam muitas Silas para viajar ao redor do mundo. Claro, quem leva uma pedra da Colina de Govardhan deve deixar o equivalente de seu peso em ouro para Vraj Seva, e mesmo esse peso não significa nada comparado à importância de ter uma expansão da colina de Govardhan no nosso templo. Essa é a mensagem para o chat de hoje: Cuidar de suas Govardhan Silas e adorá-las intensamente.
Ontem à noite no programa no Yamuna também fizemos abisheka a Govardhan. Aos devotos da América do Sul mandamos dizer que estamos muito felizes que todos chegaram. Não sabemos como atender bem a todos, nem como servi-los apropriadamente. Para nós, todos os associados de Krishna são de suprema importância, por isso, queremos servir aos devotos sempre. Nosso Srila Prabhupada é o associado de Krishna que queremos servir e seguir, oramos para poder servir a Srila Prabhupda e para oferecer todo nosso amor ao Senhor Supremo, que é o mais amoroso de todos.
Seguir no caminho do Bhakti, onde Krishna desfruta com os gopas e as gopis, sempre ansiando por ir à Vrindavan eternamente. Esse é o caminho de Srila Rupa Goswami. E no caminho de Srila Bhaktivinoda Thakur, não quis entrar em detalhes dos passatempos íntimos de Krishna, pois sempre existe o perigo de confundir os passatempos de Krishna com suas coberturas materiais. Nós seguimos este exemplo. Pois, na verdade, não há nada a desfrutar no mundo material, a única coisa que há são os repetidos nascimentos e mortes: uniões e separações, uniões e separações. Agonizante. Melhor ir à Goloka para que isso não aconteça mais. Claro, em Goloka há simulações de separação, mas em outro nível. Lá Srimati Radharani sofre pela separação de Krishna, tanto que lagos se formam de suas lágrimas. Sri Caitanya Mahaprabhu repetia que lágrimas caiam de seus olhos.
Srila Gour Govinda Swami dizia que esta é a escola para aprender a chorar. Mas quem realmente já aprendeu a chorar? Só choramos quando nos roubam o dinheiro ou os documentos, não chegamos a chorar pelas coisas verdadeiras, não choramos por ansiar o amor por Deus.
Meus queridos devotos, para terminar a mensagem do dia de hoje eu quero enviar um abraço e pedir que contem comigo. Permitam-me sempre servi-los com suas bênçãos. Às vezes temos uma ideia ou outra de como servir, mas eu anseio que no futuro tudo isso tenha muitos bons resultados para todos vocês.
Vrindavan Dham é um lugar muito especial e maravilhoso e estar com todos vocês aqui é mais especial e maravilhoso, e ter estado nas margens do Yamuna com todos vocês é a maior felicidade, o ponto mais alto, é o ponto mais alto da beleza da associação com os vaishnavas. E como dizia no começo, este foi o primeiro ano que fizemos a celebração no Yamuna desta maneira. Fizemos antes de forma menor, mas desta vez foi uma grande festa muito bela, a melhor festa na região do Yamuna.
Quando eu estou em Vraj-raj (pó de Vrindavan) não preciso de nada mais, melhor ainda, me sinto muito feliz com a vida mais simples que se pode imaginar. Em outras palavras, poderíamos ir todas as noites às margens do Yamuna para celebrarmos juntos. Claro, nosso Vrinda Kunja também é muito lindo para se estar junto.
Muito obrigado por compartilhar juntos durante estes 30 anos da família Vrinda.
Jay Srila Prabhupada.

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.