domingo, 21 de junho de 2015

No dia dos pais ofereço minhas orações a esta grande manifestação do guardião da devoção



“Ninguém deve ser pai, professor ou guru se não estiver disposto a salvar os dependentes dos repetidos nascimentos e mortes.”



Queridos devotos, saudações com afeto de New York. Quero compartilhar com vocês a meditação para este dia:
Oh, meu senhor, meu mestre, no dia de sua aparição, no dia de sua celebração de pai, viemos oferecer estas reverências a ti, submissos à sua instrução, ansiosos por escutar, ansiosos por lembrar seu tattwa, seu carinho, seu poder, apoderado da divina misericórdia, expandido de muitas formas no mundo: Srila Goura Kishor Das Babaji Maharaj, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur, filho de Srila Bhaktivinoda Thakur, inspirado por Jagnnath Das Babaji Maharaj, iniciado por Srila Bhaktisiddhanta Thakur, começaram a pregar por todos, e seu mais querido discípulo Srila Bhaktivedanta Swami Prabhupada que aceitou sua ordem no coração de convidar todo mundo que cante o nome de Goura.
Muito amigo de Srila Bhakta Raksaka Goswami Maharaj e muito outros irmãos espirituais, como Bhakta Raksaka Sridhar e com Srila Bhaktim Pramode Puri Maharaj e muitos outros irmãos espirituais, Srila Bhakti Prajnan Kesava Maharaj que foi seu sannyas guru. Junto dele iniciou a campanha dos pais universais, ensinou que ninguém deve ser pai, professor ou guru se não estiver disposto a salvar os dependentes dos repetidos nascimentos e mortes.
Chegamos a ti, Prabhupada, ao seu querido filho, Srila Harijan Maharaj, assim como a Srila Atananda Acarya, todos os presidentes dos templos, todos os sannyasis e maharanis que dedicam-se a ajudar as pessoas como pais e mães siksa gurus, pois hoje é o dia que te reverenciamos, como todos os dias devemos fazer, submissos a sua instrução “Hari katha harinama”, pregar em todos os cantos da Terra, estabelecer a glória de Gouranga e Govardhan, estabelecer a glória de Nrsimhadev, a glória do Maha Mantra, do Bhagavad Gita. Estabelecer a glória do Sri Caitanya Caritamrta e todos os outros livros. Estabelecer a glória do maha prasadam, do sadhu sanga e da companhia de todas as pujas e sadhanas devocionais.
Oh Prabhupada, estamos endividados totalmente e para sempre contigo. Mesmo se nos dedicarmos por toda vida a teu serviço, não será suficiente para reparar tudo o que deu e dará a todos, da China ao Chile.
Você alcançou todas as criaturas do universo com seu prema por ser um devoto do seu pai espiritual e por ter tomado sua palavra como se fosse ordem do seu coração. Prabhupada, pedimos que nos inspire a sermos bons filhos e a seguirmos pregando sua mensagem aos quatro confins deste mundo.
Também oferecemos respeito neste dia aos nossos pais físicos e guardiões respectivos que levantaram a bandeira do bem-estar físico, emocional, mental, intelectual e o mais importante, espiritual. Todos esses que nos sustentaram, todos que buscaram colaborar no nosso progresso. Nós somos agradecidos a eles neste dia dos pais.
Oferecemos nossas reverências e pedimos bênçãos contínuas já que eles são parte da proteção de Krishna sobre nós. Eles foram colocados a nos proteger e nós também oramos por sua proteção, por seu progresso, por sua alegria, por seu êxito já que é um mundo terrível. E sem a misericórdia dos vaishnavas, estamos bem perdidos.
Por isso, no dia dos pais, ofereço minhas orações a esta grande manifestação do guardião da devoção, do guardião do bem-estar, do protetor das crianças, um exemplo de pais excelentes que não afrouxam e não são brigões, porque estão sempre cheios de amor.
Os pais devem saber bem que as crianças precisam de amor, segurança, precisam de Guru, Sastra e Sadhu para que seus corações floresçam e suas conclusões sempre sejam devocionais.
Obrigado, pais divinos, obrigado, pais diferenciados, obrigado, guardiões, esposos, irmãos que aceitam o cargo masculino como inspiração de um serviço amoroso e não são frouxos machos que apenas querem impor seu ego e que torturam aos demais com seus talentos desvirtuados.
Obrigado aos que são amigos das almas caídas. Obrigado, Prabhupada, por nos ensinar o que é um verdadeiro pai, que todos os que te escutam beneficiam-se igualmente, tanto pais como filhos.
Que tenham um dia dos pais inesquecível.
Srila Prabhupada ki jay!!!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 14 de junho de 2015

Rendição é conectar-se com a frequência de não ter nenhum interesse separado de Krishna




“Quanto mais atitude de serviço às almas e a Deus desenvolvermos, mais valiosa torna-se nossa vida.”


Queridos devotos, aceitem todo meu afeto do Equador.
Tem sido dias de muito néctar, visitando dois ou mais programas no dia. Os devotos do Equador, sem dúvida, estão esforçando-se muito para pregarem. Em Vilcabamba fiquei impressionado, havia mais de 50 pessoas no programa, e isso porque é um programa relativamente novo. Amanhã já teremos uma nova viagem. Feliz por ter estado nas terras equatorianas.
Hoje quero compartilhar umas palavras sobre rendição. Rendição é a aceitação absoluta, em palavras e em compromissos, preferencialmente em pensamento também. Distinguindo e aceitando o favorável para progredir no caminho de volta a Deus.
Chegar à morada de Deus é a meta da vida, não há nada mais importante que isso. Não há nada melhor que isso, mas no caminho também surgem impedimentos. Por isso, o aceitar das condições favoráveis para dirigir-se na direção correta é um dos sintomas da rendição. Outro sintoma é a decisão e a determinação de rejeitar tudo aquilo que não seja favorável no caminho para alcançar os Pés de Lótus de Sri Krishna.
No começo pode ser que não estejamos seguros de qual é a meta que queremos alcançar, talvez apenas percebamos algumas coisas, como exemplo que nossa meta é positiva, que está muito além da dualidade e portanto nos entregará a verdadeira paz que está muito além das misérias e mentiras deste mundo material.
Sem dúvidas, a essência da rendição é conectar-se com a frequência de não ter nenhum interesse separado de Sri Krishna e para isso devemos nos perguntar e orar sobre qual é a doce vontade do Senhor para mim.
A rendição traz grandes mudanças na existência de uma pessoa, é uma transição, um grande passo de mudança dos esforços guiados pelo egoísmo à completa dedicação espiritual livre do benefício pessoal. Isso é levado à prática na medida que utiliza-se tudo que é recebido no serviço amoroso do Senhor.
Na América do Sul dizemos: “Fazer bom uso de uma má pechincha”. Essa é a filosofia do yukta vairagya, utilizar tudo quanto tenhamos a serviço do Senhor, pois Ele é a fonte e a origem de tudo.
Na frequência da rendição tudo torna-se positivo e progressivo, na vida da rendição devemos nos esforçar para sermos conscientes de tudo o que recebe e também por distinguir as coisas de forma adequada.
Devemos apreciar tudo o que chegar, valorizar a própria vida como um presente de Deus. “Quão importantes somos?”, essa pergunta só pode ser respondida em relação com a causa da nossa existência. A causa da nossa existência é o propósito dela e o propósito da vida humana é ser um servo de Krishna: “jivera svarupa hoy krsnera nitya dasa”.
O propósito da vida humana é o de ser um servo de Deus. Então, a importância da vida de cada um é medida em relação à conexão que temos com o serviço a Deus. E o serviço a Deus é o serviço a todas as almas, o serviço para que as outras almas tornem-se também conscientes de Deus.
Essa é a essência da nossa vida, portanto, nossas vidas tornam-se muito importantes. O valor das nossas próprias ações depende de onde estão direcionadas. Se atuarmos para servir, então nossas ações e nossa vida tornam-se muito valiosas, é algo proporcional, quanto mais atitude de serviço às almas e a Deus desenvolvermos, mais valiosa torna-se nossa vida.
Se não utilizarmos nossa vida de maneira correta, então não estaremos mais que perdendo tempo nas coisas do mundo material, como seguir a moda, ter joias melhores, diversão das formas mais extravagantes, etc.
A vida vai das mãos tão rápido que quando damo-nos conta, já estamos completamente consumidos pelas garras do mundo material. Por isso, meus queridos, este é o momento indicado para fazer uma autoanálise profunda e perguntar-se: “Quem sou eu? O que faz minha existência ser valiosa?”. Já dei as pistas para que cada um responda estas perguntas.
Não há nada mais belo e auspicioso que a Verdade. É através da consciência que cada alma pode dar-se conta de qual forma é parte dessa Verdade. Devemos fazer a confecção com nossa consciência de servos eternos. Não é um estado artificial, é uma realização que descende do mais elevado graças à misericórdia sem causa.
E o mais importante é que devemos treinar para nos tornarmos bons servos. A prática diária, o esforço diário é o que nos prepara para isso. Avançamos conforme ansiamos servir. É proporcional: mais serviço = mais avanço.
O serviço devocional é a raiz verdadeira de todo esse assunto. Como é vivenciado este serviço devocional na prática? Ao lembrar-se de Deus, ao fazer planos para Deus, quando trabalhar e esforçar-se para melhorar e tornar-se apto em algum momento para servir a Deus.
Tudo isso que aspiramos no processo da vida espiritual não é algo ordinário, ao contrário. Ou melhor, estamos falando da meta suprema da vida, nada menos que isso.
Podemos apenas nos conectar com essa meta à medida que nos mantivermos vinculados com uma fonte fidedigna de energia espiritual e reciprocando esta conexão com a atitude correta. Essa atitude é a rendição da qual falamos no início, a atitude de rejeitar todos os interesses egoístas separados de Sri Krishna.
Esta é a nossa oportunidade para decidir se vamos nos render à Fonte Suprema ou continuaremos rendidos ao materialismo cujo servimos vida após vida.
Com estas palavras me despeço hoje. Espero que possam refletir nelas durante a semana.
Jay Srila Prabhupada!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.

domingo, 7 de junho de 2015

Sandya Vandana, o Sadhana



“Apenas temos de ser humildes e aceitar que o sadhana é nossa conexão. O sadhana é como a tomada de um aparelho quando precisa de eletricidade, se não houver eletricidade imediata, a luz vai embora.”



Hare Krishna, meus queridos devotos! O tema da conferência é a importância do sadhana.
Sadhana, sandya é o amanhecer por um novo dia, é muito interessante, porque é um novo recapacitar da minha existência neste mundo. Por isso, no sandya os brahmanas cantam Sandya Vandana, dão a boas-vindas ao novo dia e oferecem reverências a todas as forças universais.
O Sandya Vandana é parte do sadhana e a perfeição começa com o Mangal Arati. Se tiver sai Istadev ou sua Deidade em casa, não começará o dia vendo notícia nem tomando seu café, ou simplesmente correndo ao trabalho... O dia tem que começar com Sandya Vandana. Adoração ao novo dia, adoração aos devotos e aos familiares que nos acompanham:
vanca kalpa tarubyas ca
kripa sindhubhya eva ca
patita nam pavanebyo
vaisnavebyo namo namah
                                               
Muito importante! A toda pessoa que convive conosco, começamos lhe reverenciando. E ao mestre espiritual, quem põe a pauta de convivência e princípios do dharma, também sempre é reverenciado. “Vande ham, sri-guroh” é plural, porque não é apenas um mestre espiritual, são todos os siksa gurus, os que nos mantêm no caminho da devoção.
Oferecemos reverências a todos eles, e faço a todos para que a coisa funcione, porque mesmo que não sejamos tão hierárquicos como os militares em essência, se não nos motivarmos e não fizermos as coisas como deve, então nos desviamos. E desviar-se tem seu preço, desejando não chega-se ao destino. Por isso, tem que manter-se no caminho mesmo que seja como um atalho, ou de repente se tiver algo bloqueando seu caminho.
Por exemplo, hoje Gopal deu uma super volta em Quito, pois havia uma maratona na cidade e não nos deixariam passar, mas com esforço finalmente conseguimos chegar ao templo. E assim nós planejamos mais um dia de serviço devocional. Somente através da invocação da misericórdia, pois sem a misericórdia não tem nada. Então, o Sandya Vandana é Guru, Vaishnavas, Tulasi. Por isso adoramos Tulasi nos templos.
Na Índia todos têm Tulasi em casa e antes de fazer qualquer coisa diz-se:

vrindayai tulasi-devyai
priyayai keshavasya ca
krishna-bhakti-prade devi
satyavatyai namo namah

“Planta sagrada, planta bendita, que venha purificar o mundo, me permita ter amor por Radha-Krishna e Radha-Govinda.”

Isso é o que suplico, não há outra coisa que me interesse. Então assim a adoração a Tulasi é parte do sadhana, logo podem vir uns bhajans.
Os bhajans do Mangal Arati são o nosso caso, pois cada templo canta canções distintas: “samsara-davanala-lila-loka, tranaya karunya-ghanaghanatvam”. Pedimos misericórdia ao mestre espiritual para compreender o significado de Radha Krishna Lila, do Senhor Caitanya, da adoração à Deidade, da importância de cantar o Santo Nome, ou melhor, nas oito partes do Guru Astaka está descrito como pode-se conseguir a misericórdia, e logo vem a canção de Vrindavan:
yasomati-nandana braja-baro-nagara gokula-ranjana kana
gopi-parana-dhana madana-manohara kaliya-damana-vidhana
Esta canção nos leva diretamente a Vrindavan, ao Senhor Krishna, Suas travessuras, as gopis, os Santos Nomes e ao Yamuna: “Yamuna tata-cara, gopi-basana-hara...”
Todo o Radha Madhava Lila está impregnado aí, alguns cantam kaki-kukura para se lembrarem de Sri Caitanya que vem para nos salvar do cão de Kali. Essas coisas não são absolutas, dependem de cada templo, e então se enquadra o sadhana.
Por exemplo, depois que adoramos o Senhor Caitanya vem o Prema Dvani. O Prema Dvani é muito importante, “jaya om visnu-pada paramahamsa parivrajakacarya ashtottara-sata sri srimad srila bhaktivedanta svami prabhupada ki jay” e continua, “vrindavan dham ki jay, mathura dham ki jay, jagannath puri dham ki jay, ganga meya ki jay, yamuna meya ki jay”, fazendo assim uma oferenda a tudo que é sagrado, bonito, para recordar. Sem eles não somos nada, estamos perdidos, então dessa maneira segue o sadhana.
Logo vem o Senhor Nrsimhadev. O Senhor Nrsimhadev é o protetor dos devotos, por isso todos os dias Lhe cantamos uma canção. Srila Prabhupada nos ensinou isso pessoalmente, ele queria proteger seu movimento da loucura.
Há muita loucura para se proteger, então por isso vem “namas te narasimhaya, prahladahlada-dayine...”. Com o Nrsimha Pranam ficamos bem com o sadhana. Mas agora vem o Siksastaka, lembrar das oito estâncias de Sri Caitanya Mahaprabhu:

ceto-darpana-marjanam
bhava-maha-davagni-nirvapanam
shreya-kairava-candrika
vidya-vadhu-jivanam
...
Depois do Siksastaka vem japa, o Maha Mantra Hare Krishna. O cantar da japa individualmente é parte do sadhana da manhã. E você sabe, dependendo de quanto tempo tenha canta 4, 8, 12, 16 rondas e começam os serviços. Alguém tem que ir à cozinha, tem que fazer isso e aquilo, mas vem a parte mais importante, já cantamos japa, agora:

jaya radha-madhava kunja-vihari
gopi-jana-vallabha giri-vara-dhari
jasoda-nandana braja-jana-ranjana
jamuna-tira-vana-cari

Essa canção é uma janela que se abre ao mundo espiritual, é diretamente abrir e ver Vrindavan. Jaya Radha Madhava é algo muito belo e importante. Assim você vê ao mundo espiritual, é uma grande janela. E os que aproveitam esta janela, esta imagem de Vrindavan onde pode-se ver Radha Krishna e Seus devotos, começam a se sentir em casa, começam a se sentir refugiados. Esta é a eterna Vrindavan, e a eterna Vrindavan é uma coisa maravilhosa.
É inacreditável como foi manifestada a eterna Vrindavan neste mundo e como nos convida, é algo inédito. Um pequeno exemplo meio bobo é como se o presidente dos Estados Unidos viesse ao Equador e desse uma vista dos Estados Unidos a todos equatorianos e um quarto na Casa Blanca para viver com ele e ajudá-lo, com comida, teto e tudo para o resto da vida. Não daria para imaginar, porque a Casa Blanca é muito pequena, não cabem todos, e além disso, não cabem todos os corações. Além deles não terem esse coração.
Mas quando Krishna vem a este mundo, Ele diz: “Agora você vem à Minha casa, a conviver comigo, você pode ficar aqui fazendo serviço, vou te abrigar. Sua alma Me pertence, é constitucionalmente parte do Meu mundo. Vocês estão desviados deste mundo material, embarcando a cada momento e eu quero que parem com esta loucura e quero que agora comecem a colocar serviço no coração. E por isso Eu os convido a cantarem Meus Santos Nomes, pois assim estarão em contato Comigo a todo o tempo. E mais, enquanto cantarem Hare Krishna estarão nos meus santuários que estabeleci no mundo, ou seja, vocês estarão no mundo espiritual.”
Ou melhor, Krishna não apenas promete que depois de morrer chegará ao mundo espiritual, Ele faz que os devotos tragam o mundo espiritual aqui à Terra e que abram as portas, abram espaços. As pessoas não apreciam o que é um templo, as pessoas não imaginam que estas sejam sucursais do mundo espiritual.
Vocês sabem, a embaixada norte-americana é território americano, lá não entra a polícia equatoriana, similarmente, o templo de Krishna é uma parte de Goloka Vrindavan, já pertence à Goloka Vrindavan. Se pensar “não, aqui é o Equador, sem mais”, estará equivocado, por isso os templos e as inversões que fazemos nos templos são inversões no mundo espiritual.
Em outras palavras, se quiser criar um templo, um templo no mundo espiritual, estará criando o mundo espiritual aqui na Terra, e se dedicar-se a isso por toda vida, será transferido deste mundo diretamente ao mundo de Krishna, porque já tem vista, já tem preparo, já fez sadhana e o sadhana diário é aquilo que fazemos sempre para nos mantermos vigentes.
Quando deixa de fazer sadhana, de cantar japa, quando deixa de trabalhar para a causa de Krishna, então o sadhana começa a debilitar-se. Quando deixa de associar-se com os devotos, debilita-se mais. Se não trabalhar no dia para produzir algo para Krishna, debilita-se mais. Quando não vai ao Mangal Arati, debilita-se mais. Se não cantar o Gayatri, debilita-se mais. Se não orar ao Senhor Nrsimhadev, debilita-se mais.
Ou seja, o sadhana é o que nos alimenta e fortalece. Assim como todos comem desjejum e depois comem ao meio-dia, assim como alimentamos o corpo na manhã, ao meio-dia e às vezes à noite, também nosso corpo espiritual e determinação espiritual precisam de sua alimentação. Isso se chama Sandya Vandana, o Sadhana.
Esta é nossa alimentação. Agora, se alguns devotos não puderem acompanhar porque foram mandados a fazer um serviço aqui ou ali, quando atua-se sob a ordem do mestre espiritual sempre faz-se sadhana. Nem sequer quando esteja fazendo nada de sadhana porque está em coisas burocráticas ou organizando um programa, quando faz-se serviço ao Guru está ocupado em sadhana em todo sentido. Mas não deve-se negligenciar o sadhana com o pretexto de serviço, “estou servindo ao Guru dormindo um pouco mais para ter mais força.”
A mente produz um monte de desculpas, por isso os bons devotos são os que mantêm um sadhana, são reconhecidos, são os que levantam ao Mangal Arati, praticam, dão aula. Há muitas coisas que um devoto pode fazer para mostrar que é um bom devoto... Ir ao sankirtan com entusiasmo, dar conferências, mas há de praticar também, não apenas falar.
Há muitas formas onde pode-se expressar como um bom devoto, isso é muito bonito. Apenas temos de ser humildes e aceitar que o sadhana é nossa conexão. O sadhana é como a tomada de um aparelho quando precisa de eletricidade, se não houver eletricidade imediata, a luz vai embora.
Agora não tem problema porque há sol lá fora, não precisamos de eletricidade. Mas o que pensa se for tirada a tomada de algo? Tudo o que supostamente funciona sob a energia elétrica já não funciona, mesmo que tenha um lindo aparelho. Existem aparelho caros, mas sem energia não funcionam, não fazem nada.
Então, dessa forma, a tomada é o sadhana da vida espiritual e as pessoas que vivem na casa sem sadhana, sem Mangal Arati, tem que ser ajudadas, estas que não têm a companhia dos sadhus, que é o animador no sadhana.
Vejo vocês muito animados, vejo a cara que me olham, estão absorvendo cada palavra que digo. Sinto-me muito afortunado, sinto-me privilegiado e muito comovido pela atenção que me dão.
Se aqui houvesse uns quatro dormindo, o que eu faria? Eu faria outra coisa. Não há muito tempo para si na vida devocional, mas está tudo bem. Trabalhamos duro, vamos seguir lutando, não vamos jogar a toalha, em associação com os devotos continuaremos.
E se estiver em uma fazenda ou fora da cidade, mais difícil ainda. Tem que ajudar a fazenda, tem que coletar para a fazenda, levar tour à fazenda. Neste mundo há muitas coisas a serem feitas, os devotos têm muito trabalho. Quase não há tempo para o sadhana, mas não se esqueçam, seu trabalho também é sadhana. Se algum devoto estiver doente, tem que atendê-lo, torna-se prioridade. Então, há muito, há uma hierarquia.
Guru seva, Vaishnava seva, são como hierarquias de atenção. Nam seva, cantar Hare Krishna é o mais elevado, mas Guru seva e Vaishnava seva são abençoados no Nam seva.
Nam seva, Dham seva, há muitos. Por isso deve-se ter claro que isso é muito importante. E quando cantar japa e o Guru te chamar, pode dizer: “Gurudeva, estou cantando japa, não posso atendê-lo”. Se cometer uma ofensa ao Santo Nome, o Santo Nome não vai gostar, então, temos que ver que haja uma sequência natural, uma hierarquia do coração.
Mas o Guru não te chama para dormir, a não ser que esteja muito doente ou muito cansado. O Guru diz: “Você está dormindo a cada momento, não está mais pronunciando nenhum mantra. Vá descansar 10 minutos e depois cante bem”.
Também existe isso, o Guru é muito amplo, é muito flexível, ele adapta-se ao tempo, lugar e circunstância. O Guru não é quadrado e está proibido dizer algo em nome do Guru: “Meu Guru disse que tem que fazer isso e aquilo”. Não, não é assim. Não tem que convencer uma pessoa do que deve-se fazer.
Srila Prabhupada proibia dizerem “Prabhupada said” (Prabhupada disse), ele dizia: “O que eu quiser que você saiba, colocarei por escrito”. Como na justiça, na corte que busca 3 ou 4 lados da mesma história e assim chegam a um acordo. Isso é justiça, quando não há corrupção.
Hoje em dia há muita corrupção, por isso não acreditam muito na justiça. Mas a vida continua, temos que lutar. Não podemos jogar a toalha, pelo menos temos que fazer justiça entre os devotos, entre a comunidade.
Agradeço muito a todos que fazem sadhana. E com estas palavras me despeço. Um grande abraço a todos de coração.
Srila Prabhupada ki jay!

Seu sempre bem-querente,

Swami B. A. Paramadvaiti.