domingo, 3 de agosto de 2014

A conexão com a verdadeira felicidade



“Verdadeira diversão e felicidade é o que uma mãe sente por seu filho, pois tem tanto amor por ele que se enche de alegria. Então, a chave é por nossa energia em fazer aos demais felizes, respeitar e apreciá-los como parte de uma família universal, uma família unida sob o amparo de Deus.”


Meus queridos devotos, recebam todo meu afeto da Hungria. Neste momento estamos viajando à Bulgária. Tem sido dias muito bonitos fazendo planos para a família de Srila Prabhupada na Europa, tivemos Ishtagosthis, seminários de Féducação, Arte Consciente, banhos sagrados no rio, momentos muito especiais com todos os devotos.
Hoje quero compartilhar algumas palavras sobre a conexão com a verdadeira felicidade, a felicidade eterna e não a aparente satisfação dos sentidos. Primeiro de tudo, ofereço minhas mais humildes reverências ao meu mestre espiritual Srila Prabhupada, quem me resgatou da maior ignorância. Eu estou completamente endividado com ele pela eternidade, pois antes de conhecê-lo não tinha nem ideia do eu era e entendia tampouco o porquê estar aqui. Meu mestre espiritual me encontrou quando eu estava na mais escura e terrível ignorância, rodeado por um mundo sem sentido e sem valores, a beira de ser completamente influenciado por isso. Nesse momento ele abriu meus olhos cegos com a tocha do conhecimento espiritual e me salvou.
Meu mestre espiritual me explicou que a vida está cheia de beleza espiritual e que a consciência de Deus é um presente divino que descende pela misericórdia sem causa do próprio Senhor Supremo.
Antes de conhecer ao meu mestre espiritual eu só estava absorto na satisfação dos meus sentidos. Os desejos sensoriais são a causa pela qual nos enredamos toda vez no mundo material. Não há limite para esses desejos, nós os servimos constantemente e sem dúvidas eles nunca nos mostram nenhuma misericórdia. Mas graças a Gurudeva que desperta a inteligência espiritual em cada um de nós, podemos começar a rejeitar e lutar para abandoná-los, mas para isso me refugio nos pés de lótus do meu mestre espiritual que tiram todo o temor do coração. Por isso rogo mais uma vez que me ocupem em seu serviço pessoal e me salvem. 
Os desejos sensuais são como um fogo que arde por dentro, um fogo que nunca acaba, pois pensamos que por satisfazer um desejo um pouquinho, logo ele se acalmará, mas não é assim, ao contrário, quando satisfaz seus desejos luxuriosos é como jogar lenha cheia de combustível ao fogo, assim a chama cresce mais e logo consome tudo ao seu redor.
Os vaishnavas insistem que a atividade sexual é muito poderosa, é tão potente que pode gerar a vida, é a energia que nos trouxe a este mundo, não é algo para subestimar. A vida não é um acidente, é uma manifestação da Divindade. Então, se uma atividade tão sagrada como essa for utilizada grosseiramente apenas para satisfazer os desejos luxuriosos, então sua própria energia de ser humano consciente se vê totalmente debilitada. Se tiver atividade sexual ou se ocupar em satisfazer o desejo luxurioso sem a intenção de gerar novas vidas, então sua energia se corta, assim como quando consome drogas que sua energia diminui.
Os devotos nos ensinam que existe um mundo de felicidadde sem exploração, um mundo de diversão e prazer espiritual sem prejudicar ou explorar aos outros, sem considerar que os outros são o objeto do meu desfrute egoísta. Os vaishnavas se divertem sem excessos, não precisam de grandes luxos ou grandes somas de dinheiro para serem felizes. Os devotos se divertem cantando e dançando para Deus, se divertem com uma vida simples, com sentimentos elevados que conseguem explorar cada vez mais. Não é necessário o contato com o desfrute ilícito para se entreter, ao longo isso é mais um problema que um desfrute.
A verdadeira sensação de diversão e alegria, de felicidade, se percebe quando entregamos amor e estabelecemos relações de coração a coração, mas isso não é fácil de encontrar no mundo material, nele só se encontra pessoas que buscam satisfazer suas necessidades egoístas.
Verdadeira diversão e felicidade é o que uma mãe sente por seu filho, pois tem tanto amor por ele que se enche de alegria. Então, a chave é por nossa energia em fazer aos demais felizes, respeitar e apreciá-los como parte de uma família universal, uma família unida sob o amparo de Deus.
Temos muitas ferramentas para isso: as mãos, que são ferramentas incríveis e que podem ser utilizadas corretamente para os demais, pintando, dançando, escrevendo, cuidando de um jardim, limpando, tocando música, cozinhando, cuidando das crianças... Tantas coisas maravilhosas que podem ser feitas por nós, só devem estar focadas da forma correta.
O apreciar das ferramentas maravilhosas que Deus nos deu, nos faz lembrar sempre que este corpo é um templo onde se encontra o próprio Paramatma, por isso devemos ser muito agradecidos. Agradeço ao meu Senhor por me permitir servir com os instrumentos deste corpo que é Seu templo.
Este corpo humano é o sistema mais sofisticado que jamais vimos, nem os cientistas mais reconhecidos conseguiram criar algo assim, é marca registrada do Supremo. Pensamos em toda maravilha que temos e que podemos nos dar conta graças ao nosso mestre espiritual, então se torna algo impressionante ver que as pessoas perdem rapidamente a conexão com a felicidade verdadeira.
No mundo atual as pessoas pensam que a felicidade está no sexo e nas drogas, no poder e no dinheiro. As pessoas não sabem o que significa as relações verdadeiras e de coração, só pensam em relações baseadas no sexo, contaminadas pelos desejos luxuriosos. Não sabem o que significa trazer uma vida por meio de relações sexuais responsáveis, uma vida que será educada em valores e em conhecimento espiritual como uma oferenda a Krishna.
As pessoas de hoje não sabem o que significa cozinhar, cantar ou servir aos que nos rodeiam. As contaminações do mundo material nos levam a perder a honestidade, a desenvolver apatia por ser honesto. E sem honestidade então nos metemos dentro de um mundo de mentiras, traições, tentações, competição, solidão... A doença do “não importismo”, ou seja, que não importa nada: não importa o impacto que tenha em outros o que eu faço, não importa se prejudica a natureza ou não, não importa se os demais sofrem com minhas ações, não importa se o que como é produto da violência, simplesmente importa satisfazer meus próprios desejos luxuriosos que me enchem cada vez mais de ignorância.
A mente materialista sempre está nos propondo que somos o centro de tudo e que devemos pegar a melhor parte. Para isso nos mete em centenas de problemas, mas não importa nada, só satisfazer os sentidos. Assim podemos avaliar a que nível nos encontramos realmente, mas sempre se manifestam as tendências a ser os desfrutadores, controladores e proprietários de tudo. Mas devemos ter muito claro (e se não entendermos pelas boas, o karma ajudará que entendamos de qualquer forma) que não controlamos nada, não controlamos nem nossos movimentos intestinais. É só pela graça do mestre espiritual que podemos lembrar isso.
O mestre espiritual nos dá aos devotos que ficam ao nosso redor como uma barreira de proteção contra Maya e que sempre estão nos lembrando de muitas formas da qual é a maneira correta de atuar. E, como são misericordiosos, se chegamos a atuar mal, nos aceitam e apoiam de novo. Onde se consideram aos demais como parte da mesma família universal, então não cabem os desejos egoístas da exploração.
A luxúria é egoísta, o amor tudo dá. Onde há apreço não pode haver exploração, isso significa não só apreço pelas pessoas, senão por tudo que recebemos. Eu agradeço outra vez ao meu mestre espiritual por me salvar constantemente dos meus desejos luxuriosos e por me permitir utilizar toda minha energia em serviço aos seus queridos devotos.
Com estas palavras termino o chat de hoje. Obrigado a todos que leem este chat semana após semana, é minha possibilidade de nos mantermos em contato.

Seu sempre bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.

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