domingo, 10 de março de 2013

A missão de Srila Prabhupada



        
A missão de Srila Prabhupada




“Se você aceita que é mantido, então é razoável se perguntar: Quem está me mantendo? Imagine se todos os dias você se levanta da cama e encontra um banquete de desjejum maravilhoso e no dia seguinte a mesma coisa, não se pergunta em algum momento, quem está preparando tudo isso? Disso se trata a espiritualidade, de se perguntar quem está fazendo essa festa para mim.”


            Queridos devotos, recebam todo meu afeto do Jahnavi Kunja Gaudiya Math, nas margens do Ganges olhando o entardecer.
            A mensagem de hoje trata de aprendermos a apreciar o que temos recebido e reconhecer quem está por trás de tudo isso. Srila Prabhupada abriu as portas dessa casa (Consciência de Krishna)
para iluminar ao mundo todo. É impressionante como hoje em dia estamos reunidos por todas as partes para cantar, dançar e tomar prasadam. Ninguém, de nenhum modo, pode negar o lugar de aparição de Sri Caitanya onde nos encontramos hoje, inclusive podemos dizer que chegou a atenção pública que Sri Caitanya esteve aqui faz mais de 500 anos, trazendo uma mensagem muito relevante para difundir por todo o mundo.
            Se pensarmos um pouco mais, tudo está relacionado com a forma em que as coisas se manifestam. Por exemplo, alguém pode pensar que a missão de Srila Prabhupada terminou quando ele partiu desse mundo, pois estará equivocado. Porque a missão de Srila Prabhupada está se manifestando recentemente, o mundo está percebendo que existe uma mensagem muito grande e revolucionária que está se fazendo escutar. Não é muito difícil chegar à conclusão de que todos somos irmãos e irmãs, é algo fácil de entender, porém, chegar à prática científica de tal irmandade, apreciando a todos e compartilhando sua própria vida com os demais, isso ainda não é algo muito difundido entre as pessoas.
            Há pouco estivemos no Kumbha Mela e tivemos a experiência de nos encontrarmos com muitos yogis de diferentes escolas e caminhos místicos. Sem intenção de crítica, senão que somente comentar minha experiência, me encontrei com muitos yogis que procuravam somente fechar os olhos para conseguir um tranze rápido ou alguma meditação aparente, porém esse não é o processo dessa era. E que fosse assim tão fácil. Não obstante, Sri Caitanya Mahaprabhu trouxe um processo com resultados práticos para a alma,  de maneira muito inovadora.
            No Kumbha Mela assistimos um seminários (estranhamente chamado) ''Inovação na espiritualidade''. Como poderíamos definir a inovação na espiritualidade? Pois, na verdade, a própria vida espiritual levada a prática é uma completa inovação, sobretudo nessa Era de Kali Yuga. Porque, inclusive poderia se realizar algo similar a vida espiritual de maneira egoísta, levando a cabo algumas atividades tipo karma-kanda para o benefício coletivo, porém, não deixa de ser algo pessoal dirigido a si mesmo. Porém, Sri Caitanya Mahaprabhu nos trouxe um processo no qual a prática está baseada em serviço onde a mais elevada meta é o serviço amoroso. O tema de fundo é o amor mesmo. O amor que trazemos à nossa vida muitas vezes implica em ansiedade, sofrimento e lágrimas, ou melhor, amar alguém significa: ''se meter em problemas'', por isso as pessoas hoje em dia não se preocupam com ninguém, porque ninguém quer amar ninguém, sabem que isso significa sacrifício e sofrimento. Mahaprabhu nunca disse isso, ao contrário, Ele disse: Ame e cuide do mundo inteiro, faça algo para o mundo inteiro possa ser parte do parivar do nosso mestre espiritual, da nossa família espiritual. Se alguém sofre nesse processo, o acompanhamos e tratamos de ajudar. Isso é algo natural: o amor nos deixa comprometidos, ocupados, o amor nos faz sofrer pelo ser amado. Se pensa em amor, porém, sem sofrimento. Então revise seus conceitos, porque amor vem com sofrimento. Além disso, as pessoas hoje em dia sofrem de todas as maneiras possíveis, porque não têm ninguém para amar.
            Esta ideia de amor, de inovar a espiritualidade, significa que devemos estar prontos para sofrer no processo de amar aos demais. Algo assim: Se sofre pela Mãe Terra e faz algo para protegê-la, isso lhe vai ser muito positivo, porque conseguirá viver num ambiente natural. Qualquer coisa que desejamos implica em uma certa renúncia, por exemplo: se abster de químicos, etc. Porque de uma maneira ou outra, somos viciados nas coisas que o mundo nos impôs, Vida Simples Pensamento Elevado significa um processo de se acostumar ao que é simples. Isso aplicado ao contexto atual é uma completa inovação.
            Assim, o sistema condicionado tem que se acostumar. Quando Prabhupada disse que somos almas condicionadas, ele sabia do que estava falando, estamos condicionados às nossas comodidades, se tenho uma cadeira a qual estou condicionado, logo não posso mais me sentar no chão. Se as coisas as quais estou condicionado desaparecem, sinto que não sou ninguém. Nesse nível, é a nossa identificação com o material. Por outro lado, humildade real significa reconhecer que somos dependentes e mantidos pela misericórdia. Essa é a primeira coisa que devemos aprender. A primeira pergunta que uma pessoa se faz é: Como estou sendo mantido? É um real processo de meditação. Aí é onde uma pessoa chega à conclusão que há alguém por trás de tudo o que recebemos e quem aprecia isso não encontra palavras para agradecer esse maravilhoso presente. Assim, a pessoa agradecida reciproca a Deus por tudo o que tem recebido e Lhe agradece por ser mantido.
            Agora, esta pessoa agradecida tem a oportunidade de também viver mantido por Deus de uma forma sustentável e em harmonia com o meio ambiente. Muitas coisas são difíceis de deixar, porque estamos muito condicionados a elas, desacostumarmos de nossos próprios condicionamentos é um processo muito complexo. Tudo está disposto para nos tornarmos conscientes disso, porém, não nos damos conta. Assim como a alma esta aí, mas você nem sequer é consciente de sua própria alma. As pessoas materialistas não conseguem chegar nisso, pensam que tudo não tem sido mais que um acidente. Pobres pessoas desse mundo que têm sido mal guiadas.
            Se assumo que sou mantido e que existem coisas que não são positivas para minha manutenção, posso entender que o Desenhista Supremo quer que eu aceite as coisas benéficas para tal manutenção. Não é necessária muita ciência para entender isso. De outra maneira vivemos uma mentira onde se pensa que não existe o que mantém e nem o que é mantido. Realmente quer viver uma mentira? Quer continuar aprendendo como se tornar um mentiroso com diploma e alvará?
            Se você aceita que é mantido, então é razoável se perguntar: Quem está me mantendo? Imagine se todos os dias você se levanta da cama e encontra um banquete de desjejum maravilhoso e no dia seguinte a mesma coisa, não se pergunta em algum momento, quem está preparando tudo isso? Disso se trata a espiritualidade, de se perguntar quem está fazendo essa festa para mim. A mãe natureza está fazendo essa festa diariamente: acabamos de nos despedir do sol no entardecer e pela manhã vamos recebê-lo de novo, isso é maravilhoso, uma verdadeira banquete para os olhos. Quem sabe algumas pessoas não admitam, porém, estamos rodeados de um constante banquete.
            Reconhecer que a natureza fez esse banquete é uma boa aproximação, agora o ponto é: Quem permeia a Mãe Natureza para que isso aconteça, quem dá a semente que tudo gera? A vida vem da vida, do Mantenedor Supremo. Esse é o significado da vida em si mesma. Se quiser saber o que é a vida, tem que dar toda a importância necessária a esse tema e indagar sobre isso. Esse é outro tema... Como fazer isso? Como encontrar a resposta a algo que acredito a ser tão importante? Não é uma pergunta muito difícil. Melhor dizendo, a resposta não é muito difícil.  O que fazer quando se quer saber a resposta de algo, que quer encontrar algo que não sabe onde está? (aqui os devotos dão suas respostas). Pois a resposta é: nós automaticamente oramos quando precisamos de um resposta que não sabe onde encontrar, inclusive podemos dizer que nós não só “oramos” senão que “choramos” para que se manifestem as respostas.
            Da mesma maneira, devemos chorar pelo amor verdadeiro, para que a verdade se manifeste em nossos corações. Só no momento em que choramos com todo o coração pela Verdade, aparecem as repostas. Não é algo estruturado, nem mesmo um simples ritualismo, é a força do chamado do coração, não é uma bênção mecânica. Tem que chorar do mais profundo do seu coração se quiser encontrar a Pessoa que está dando este banquete diariamente. Você mesmo deve “convencer” a Deus do que está buscando e que o seu ímpeto é tal que não aceitará um “não” como resposta. Tem que manifestar que está pronto para qualquer coisa afim de receber a mensagem real e a misericórdia real no coração.
Então, alguém pode se perguntar: “Até quando tenho que orar?”, pois até que apareçam as respostas. Uma vez recebido uma resposta, deve abraçá-la com todo o coração e já nesse momento o amor vai começar a surgir. O canto do maha-mantra:

Hare Krishna
Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Vem carregado de pura fé e a intenção por trás do Maha Mantra é que queremos nos tornar servos deste Pequeno Menino de cor azul que vive em Vrindavan e que toca a flauta roubando os corações de todos. Ao orar com fé, seguramente se obtém resultados. Se ainda não alcançou este tipo de fé, então ore para ter fé, por apreciar as coisas corretas. Crer – ter fé, faz que a vida se converta num banquete. E ao crer nas coisas certas se recebe um grande presente que deve ser compartilhado com os outros. E ao se aprofundar nisso, também devemos avaliar a qualidade do que estamos entregando aos demais. Na realidade, não sabemos nem o que entregar ao outros, porque não temos nada para dar, porém, pela misericórdia da fé e do amor que provém de Deus, podemos transmitir isso mesmo que não é nosso, mas nos foi revelado.

            Assim, entregar aos outros se converte num estilo de vida: viver para dar teu amor, viver para entregar conhecimento verdadeiro, viver de maneira amável com o meio ambiente, viver com profundidade aceitando as outras pessoas assim como queremos ser aceitos. Meu mestre espiritual (fisicamente falando), uma pessoa mais velha e de estatura baixa. Quando eu o vi pela primeira vez (com minha visão mundana), pensei: “Como este homem já mais velho e baixinho tem tanto poder?”, e a resposta é porque ele não é deste mundo e sua sinceridade e seu amor incondicional nos salvou até o ponto que hoje, 40 anos depois de sua partida deste mundo, continuo sentando de frente a vocês falando dele e devido a ele que todos vocês estão aqui escutando essas palavras.
No mundo material a única coisa que recebemos é dinheiro, fama e prazeres temporários, e isso não é o que precisamos. As pessoas estão esperando que chegue alguém que possa dizer: “Me encontrei com tal pessoa que se entregou por completo para benefício dos outros, que deu o melhor que tinha e isso fez a diferença”. Assim, eu quero entregar algo bom e positivo às pessoas e também quero que vocês façam parte dessa valiosa transação. Assim, devemos nos esforçar para darmos o melhor que temos... e o que é o melhor que temos? É o nosso amor. Assim, tal qual Srila Prabhupada nos ensinou, este movimento inovador de Harinama Sankirtana de Sri Caitanya Mahaprabhu está baseado nisso, na entrega do amor. É por amor que Krishna nos diz: “Venha até Mim, venha a Vrindavan, receba a minha prasadam.” O Senhor está realmente atrás de nós a ponto de se tornar obsessivo, pois pelo amor uma pessoa se obceca.

            Esta é a mensagem que quero compartilhar com vocês no dia de hoje, direto de Sri Mayapur Dham, entreguem seu amor, deem o melhor de si aos outros e mostrem a todo mundo quem está por trás do banquete que recebemos todos os dias. Para finalizar o Chat, quero compartilhar com vocês duas informações: A primeira é uma notícia muito bela e importante, se trata de um novo Sannyasi da nossa família que foi iniciado hoje, seu nome é Bhakti Caitanya Govinda Sundar Maharaj, está em um hospital nas mãos de Krishna devido a um câncer terminal. Hoje pela manhã recebeu seu nome de Sannyasi e seu sannyasi mantra via telefone, pois ele que é originário da República Dominicana se encontra atualmente nos Estados Unidos onde tem feito serviço e apoiado o programa do P. Govardham por muito tempo. Maharaj foi conhecido pela medalha de ouro na maratona de cadeira de rodas e o maior que ele é o fato que ele tem um coração de ouro que o destaca muito. Espero que Krishna me dê a oportunidade de tê-lo em meus braços em abril durante minha próxima visita em Nova York, pois ano passado tive que cancelá-la devido a um convite que tivemos por parte de 4 povos originários da Serra Nevada. Que todos possamos orar para que ele tenha muita força, porque continuarão com a quimioterapia durante esse tempo. Vamos compartilhar mais notícias sobre Maharaj no próximo domingo, para que estejam conosco no caminho da luta pela saúde desse irmão e sannyasi querido; A outra novidade é que nesses dois dias com Tapasvi Maharaj decidimos que queremos fazer mais sólido nosso ashram em Sri Mayapur, por isso queremos que nos festivais grandes desse ano como a Vyasapuja de Gurudeva Atulananda e a festa do Mela de Outubro, queremos fazer uma competição para ver como coletamos o suficiente para aumentar um pouco mais a terra e assim preservar o belo espaço chamado Jahnavi Kunja Gaudiya Math que é um Oasis da nossa família em Sri Mayapur Dham. Imediatamente vamos compartilhar mais ideias e notícias ao respeito.
Que todas as glórias sejam a Srila Prabhupada cuja misericórdia nos permite estar um dia mais por aqui.
Nitai Goura Haribol!
           
            Seu sempre bem-querente,
            Swami B.A. Paramadvaiti.

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