Tudo o que você não der é o que irá
perder
Bogotá, Colômbia, 12/08
“Agradecer
é o pagamento e compadecer é quando Deus nos dá amor novamente. O que faz o
líder? O líder é o que faz a oferenda e logo distribui a todos. Isso se chama 'Dana' na Índia. A palavra 'Dana' é muito importante, pois dela vem a palavra 'doação'. Dana significa presentear livremente. Deus é a personificação de Dana
vira, Dana vidya, a sabedoria de presentear o coração. Maha vadanyaya, o maior
distribuidor de Dana, de apoio, de misericórdia.”
Queridos devotos. Esta manhã meditamos nos grandes santos do vaishnavismo
contemporâneo, e a maioria deles esteve muito perto de nós, como Sripad
Madhumangal Maharaj e Pisima. Pisima tem seu puspa samadhi em Yamuna Kunja.
Há alguns anos houve umas mudanças administrativas em Imilitala Mandir,
o templo do seu Guru, e ela pediu permissão para ficar no nosso templo de
Yamuna Kunja. Todos somos beneficiados de Sri Vrindavan. Por isso, eu animo os
devotos para fazerem doações para se conectarem com este néctar. Assim, também
convido aos devotos para irem servir Vrindavan para perderem o coração lá.
Hoje temos uma grande festa aqui com muitos devotos e convidados. Esta manhã
começamos nossa aula recordando de nosso querido Madhava Prakash Maharaj.
Cantamos uma bela canção favorita dele: “Agradece”. Uma meditação para
agradecer tudo o que Deus nos tem dado. Podem ver a letra neste endereço: http://madhavaprakashmaharaj.blogspot.com/2009/05/agradece.html
Esta
canção compusemos com Madhava Prakash. Cada vez que eu ia a Miami eu fazia uma
nova canção e Madhava gravava. Essa é uma das canções que realmente representa
a vida de Janmastami, de Vyasapuja de Srila Prabhupada, de pagamento, a
presença do Mamu Lorenzo e de todos vocês, a presença de Paramahamsa Maharaj, o
espírito de querer servir. Nós não temos nada para atribuir a nós mesmos.
Nenhum de nós pode dizer que existe de si mesmo para si mesmo.
Na Índia perguntaram ao mestre:
“Como sabemos se Deus existe? Como é Deus?” O Mestre respondeu: “Deus é o que
existe por si mesmo e para si mesmo, mas como Ele existe para si mesmo, todos
somos Seus filhos e como todos somos Seus filhos, Ele está nos dando tudo por
misericórdia.” Se nós pensarmos que algo é nosso como se alguém tivesse uma
dívida conosco, isso sim é uma mentalidade equivocada. Não é que Deus deve a
nós, nós que devemos tudo. Isso é lógico. A quem devemos algo? Nós devemos algo
a alguém que fez algo por nós. Isso é razoável, não? Você tem feito algo para
alguém? Você fez algo para Deus?
É tão maravilhoso, mas desde quando
nasce e é um bebê, Deus tem dado tudo para você. Até o peito de sua mãe para
beber leite. Já te deu água para limpar seu corpo. No ventre tudo foi dado...
Incrível, não? Uma manifestação tão milagrosa, maravilhosa que realmente é
presente. Note, há passado e há futuro e o que mais há? O presente. O presente
é um presente, tem que aproveitar o presente que tem recebido. O presente é
o maior presente.
Deus nos dá o presente da comida, o
prasadam, o presente de respirar, o presente desta canção, a canção de David
Jaramillo: “Somos filhos do Sol. Isso é outro presente. Perdoe-me dizer, não é
nada novo, mas as pessoas que chegaram nestas terras americanas não eram
religiosas. Europeus que chegaram eram insensíveis, porque pessoas religiosas
não causam dano, são pessoas místicas, espirituais, respeitam a todos os
demais, mas tinham um vocabulário como se fossem religiosos.”
Você pode saber quem é religioso se
trata bem ou mal aos demais. Se alguém não tratar bem aos demais, sua
espiritualidade é pura farsa, se diz. Acabei de me dar conta, depois de saber
sobre um estudo, que as culturas antigas tinham muito vegetarianismo. Os
germanos quase eram vegetarianos, mesmo os que viviam no norte da Europa. Claro,
havia caçadores também, mas havia muitos que cultivavam a terra. Não eram
primitivos, como diz o homem moderno. O grande erro do homem moderno é que ele
pensa que os antepassados eram primitivos porque não tinham carro, celular,
etc. então, eram primitivos. Quem tem o mais moderno tem o mais avançado. Mas
não é assim. Isso é um grande erro.
Então, somos do Sol, somos da Terra,
somos da energia cósmica. Essa é a mística da Índia, essa é a mística germânica
original, essa é a mística de nossas terras latinoamericanas e de todos os
povos indígenas, e nós devemos fazer uma grande união, uma grande amizade com
todos os seres humanos. Disso se trata nossa meditação, porque o planeta
necessita uma união amorosa de todos os seus filhos. Todos somos mantidos pelo
espírito universal. Todos somos filhos e todos somos iguais. Isso também é
muito importante.
Às vezes uma criança se adoenta,
assim como há crianças que não têm toda sua faculdade para raciocinar, as
chamamos de crianças das estrelas. Que de uma maneira ou outra têm um
impedimento em seu corpo, como síndrome de down. Elas são crianças inocentes,
elas não podem cometer pecado porque não têm a mentalidade pecaminosa. Essas
crianças das estrelas no ensinam algo: todos somos iguais. Nosso falso
intelectualismo não nos ajuda em nosso crescimento, o que dizer de nosso
armamento ou de nosso dinheiro. Dinheiro não faz uma pessoa boa, se fosse
assim, então todos os mafiosos seriam as melhores pessoas do mundo. Os mafiosos
têm muito dinheiro, as pessoas que trabalham honestamente não têm muito
dinheiro, têm o suficiente porque Deus dá a todos o suficiente para viver.
Na Índia há um ditado que diz: “Por
trás de cada fortuna há um pecado gigante” Por isso há fortunas, senão ninguém
teria fortunas.
Por isso, o tema mais importante é
ser agradecido, como a canção. Agrade e seja compassivo. Agradeça e compadeça.
Agradeça e compadeça. Agradeça e compadeça. O que mais? Nada. Esse é o tema
mais importante. Agradeça e se compadeça.
Agradecer é o pagamento e compadecer
é quando Deus nos dá amor novamente. O que faz o líder? O líder é o que faz a
oferenda e logo distribui a todos. Isso se chama “Dana” na Índia. A palavra
“Dana” é muito importante, pois dela vem a palavra “doação”. Dana significa
presentear livremente. Deus é a personificação de Dana vira, Dana vidya, a
sabedoria de presentear o coração. Maha vadanyaya, o maior distribuidor de
Dana, de apoio, de misericórdia.
Quanto tem que pagar por um raio de sol? Aqui tem
energia na tomada e depois chega a fatura. Assim, chega sua conta de luz. Quem
paga a luz? O sol? Quanto vale um raio de sol? Você sabe, onde não cai um raio
de sol, não cresce nada. Precisa de raios de sol para que algo cresça.
Eu visitei um templo do Sol de 7000
anos. Dionisis é identificado como o deus da alegria. Um dos devotos de
Dionisis, na cultura pré-Pitágoras. Eles adoravam essa forma de Deus com o nome
de Dionisis, ou também Balarama. Orfeus era um grande devoto de Dionisis. Orfeus
era vegetariano e passava muito tempo com uma harpa cantando os nomes de Deus.
Era um renunciante. Caminhava e também havia um templo da luz eterna e a luz
eterna é o Sol. Assim com em Bulgária adoraram a Vivasvan no famoso templo de
Konarak. Nos Vedas se diz que Krishna mesmo foi visitar Konarak para oferecer
seus respeitos ao Sol. Então, a adoração ao Sol e à Lua é a mais antiga
adoração. E então chegaram esses europeus e disseram: “Todos os que não adoram
como nós são primitivos e idolatras.” Imagina como mudam as coisas, não?
Inclusive o insulto de chamar as pessoas de índios. “Índio” no idioma latino
quer dizer “pessoa sem Deus”. Um insulto. Claro, hoje em dia as pessoas não
entendem assim, mas hoje em dia, quando se fala com o prefixo “in” quer dizer
“sem”. Imagina que alguém te chama: “Hey, você sem Deus. Eu sim estou com Deus
matando as pessoas com a minha espada.”
E a industrialização foi a maior
mentira, pois as pessoas correm atrás de mais lixo, mais coisas, mas o que tem
feito tudo isso? A industrialização tornou o homem dependente de máquinas. Já
não se falam, puros computadores, doentes da cabeça, do sangue. Quando o homem
vivia naturalmente, não havia hospitais, e quando se adoentava, vinha a
avozinha e lhe dava suco de babosa. O homem criou a doença e a medicina para
curá-la. As medicinas ancestrais são lindas, são muito boas, fantástico o que é
a medicina natural.
Na Bolívia, em Sorata, estamos
fazendo um hospital ancestral ayamara. Também em Bonda temos uma clínica: Os
Vedas. Também a nova fazenda Goloka. Antes era uma fazenda de coca, agora é uma
fazenda de Goloka. A polícia pôs uma bomba, mas logo um amigo a comprou e a
doou para os devotos. Assim foi, de coca a Goloka. Goloka significa “terra de
amor máximo”. É uma fazenda muito linda. Tem que vê-la, ficamos admirados com
cada vista, com muitos poços grandes para se banhar. Então, tem que ser
agradecido com o que recebemos.
Um tema importante: os fertilizantes químicos estão
matando a terra. Onde jogam fertilizantes químicos, por exemplo, na água, mata
o oxigênio e onde não há oxigênio, tudo morre.
O homem pensou: “Oh, agora temos
cultivos maiores”, mas o descuido da terra começou. Muitas monoculturas
danificam a terra, por exemplo, o café. Pensamos em tudo isso porque queremos
voltar ao natural e isso é quando apreciamos e agradecemos o que temos
recebido. Tudo o que você não der é o que irá perder. A oferenda significa a
ganância. Quando você oferece algo, você recebe. O principio do Bhakti Yoga é o
gozo de dar. Por isso, somos os mais ricos da terra, porque tudo o que
recebemos, damos. E isso não é só por dizer...
Quantas pessoas não têm vindo a um
Centro Vrinda e não têm recebido tanto? Toda a vida deve ser um pagamento, um
agradecimento. Krishna mesmo nos mostrou isso. Ele mesmo foi à escola e
ofereceu Seu respeito ao Seu professor. No dar está a vida. No tirar está a
morte. Se você quiser pegar algo, perderá esta riqueza do querer cuidar. Por
isso, uma mãe só quer dar ao seu filho, por isso lhe dá e lhe dá. Também se
espera que o filho dê algo à mãe e não seja um ingrato, como é hoje em dia em Kali Yuga, onde os
filhos só fazem os pais chorarem. Por isso, somos muito agradecidos com
Prabhupada, pois ele nos deu muitas formas de celebra, cantar e fazer serviço.
Este é o meu pedido e minha mensagem de hoje.
E agora vamos atender o festival de
domingo de hoje.
Srila Prabhupada ki jay!
Hari bol.
Seu sempre bem-querente,
Swami
B. A. Paramadvaiti.
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