O suposto progresso
Maiorca, Espanha, 15/07
“O que faz o ser humano moderno em nome
do progresso é de grande impacto para a Terra que a explora sem consideração,
por isso, quem se dá conta de tudo isso e não está de acordo deve se tornar um
revolucionário por lei. Como? Com o total boicote de todas aquelas empresas ou
produtos que proporcionam este dano à Terra.”
Queridos devotos, saudações de Palma de Maiorca.
Hoje quero lhes falar sobre um tema muito importante
que pode ser chamado de “O suposto progresso”. Este suposto progresso se
desenvolve em uma sociedade de pessoas deprimidas que perderam a habilidade de
sorrir. Esse é o perfil do ser humano moderno: está envolvido em ansiedades,
brigas, crimes. O ser humano sacrificou seus valores e sua sensibilidade por
algo chamado “progresso”. Pode-se dizer que esse suposto progresso é o karma do
mundo atual, porque... Como é possível que os seres humanos que apoiam este
progresso ao mesmo tempo prejudicam a Terra de uma forma inescrupulosa? A água
é o verdadeiro tesouro desta Terra, sem a água a Terra se torna um deserto.
Mas, hoje em dia, o ser humano não é capaz de cuidar nem das suas águas. A
própria Terra e as águas estão unidas, se prejudicar a Terra também prejudica a
água. Isso ocorre no caso das indústrias agroquímicas e a mineração. O ser
humano está na ilusão de que os recursos que temos se renovam automaticamente.
No oceano existem ilhas de plástico e aparentemente
parece que este plástico é fácil de queimar e desintegrar, mas não é assim, a
poeira e os gases do plástico não se integram à natureza, senão que se misturam
com ela e a contamina.
O ser humano também inventa formas de matar suas
irmãs, as árvores. Mas, hoje em dia, quem tem esta visão para ver as árvores
como suas irmãs? Imagina, florestas inteiras destruídas pelo dano das
indústrias. Até que ponto chega a mentalidade do operador que usa as minerações
de cianeto, ou veneno puro para extrair o minério da Terra. O que faz o ser
humano moderno em nome do progresso é de grande impacto para a Terra que a
explora sem consideração, por isso, quem se dá conta de tudo isso e não está de
acordo deve se tornar um revolucionário por lei. Como? Com o total boicote de
todas aquelas empresas ou produtos que proporcionam este dano à Terra.
Há algum tempo nós transformamos um laboratório de
cocaína em um belo santuário para Krishna chamado Goloka; da cola a Goloka.
Este lugar está em Santa
Marta, Colômbia, muito escondido no meio da natureza. Quando
a polícia o encontrou, colocaram bombas por todos os lados e quando nós
compramos a terra ainda estavam todos os implementos que utilizavam para
refinar a folha de coca. A cocaína é um negócio muito grande, pois existem
muitas pessoas no mundo que querem consumir cocaína porque não aguentam a vida.
Assim, se produzem bilhões de dólares que fazem os ricos mais ricos, aos
infelizes drogados mais infelizes e a pobre Terra mais destruída. É algo tão
sujo e tão contaminante... E quem sofre? A Terra. Essa é a realidade do nosso
mundo.
Eu sei que vocês esperam que eu fale agora do Amor
Universal e do Bhagavatam e dos lindos passatempos, mas não esperam que eu lhes
abra os olhos sobre como o ser humano está tornando a Terra em um negócio à
curto prazo, porque tudo isso vai provocar muitas duras consequências ao dia de
amanhã. As pessoas materialistas não temem em destruir montanhas, geleiras,
rios inteiros para tirar um pouco de ouro e assim pagar a milhões de políticos
que logo apoiam as mentiras da indústria operadora.
Qual é a debilidade do ser humano que vende sua consciência?
Devemos levar em conta tudo isso para o desenvolvimento de nossa consciência,
nossa responsabilidade com a Mãe Terra, com a Criação de Krishna. Isso é o verdadeiro
amor. A venda de sua consciência demonstra a debilidade do ser humano. Hoje em
dia todas as pessoas, homens, mulheres, crianças, ricos... todas suas
consciências estão compradas. Isso significa que vendem sua consciência para
ganharem algo agora, sem se importarem com o caos que isso gera amanhã. A única
coisa que interessa às pessoas é sua ganância momentânea. É um horror completo.
Por isso, Srila Prabhupada disse claramente que devíamos sair daqui. Essa é a
única coisa que devemos fazer: preparar-nos para sair daqui. Ele também disse:
em todos os lados há chefes. Em cada trabalho há um chefe, em cada cidade há um
prefeito, em cada país há um presidente, inclusive em cada templo há um líder.
Não importa o sistema operacional, em cada lugar há um chefe. Nós gostaríamos
de ser chefes, mas não gostamos de ter chefes. Mas, o devoto diz: “Eu quero ter
um chefe eterno.” Esse é Krishna e Seu representante é o Mestre Espiritual, e
se o Guru disser algo, eu digo: “Jay, Gurudeva.” Isso sim é dureza, não?
Aceitar um chefe não é nada fácil, mas é necessário, porque senão não se pode
entrar na corrente espiritual de submeter-se a Krishna, então não há progresso.
Para seguir o caminho de Srila Prabhupada devemos nos
tornar revolucionários contra o maltrato à Mãe Terra, um revolucionário contra
a matança dos animais, um revolucionário contra a intoxicação dos corpos que
deixa as pessoas sem poder de descriminação. Porque hoje em dia tudo tem se
convertido em um negócio contra os valores universais. O negócio é intoxicar as
pessoas baseado em suas misérias para lhes tirar dinheiro e lhes fazer passar
de sua própria miséria a mais miséria. Isso é um pecado. Já não se sabe quem é
mais pecador: se é o que se intoxica ou o que negocia tudo isso. E nesse
contexto chegam os vaishnavas para salvar a vida e presentear com o Santo Nome,
com o Prasadam, presenteiam com o Dham de Krishna e chegam ao coração com o
conhecimento da alma, e garantem uma vida nova, positiva e progressiva baseada
no serviço devocional. No trabalho desinteressado a Krishna, como diz o
Caitanya Caritamrta:
nitya-siddha
krsna-prema sadhya kabhu naya
sravanadi-suddha-citte
karaye udaya
“O amor por
Krishna está eternamente estabelecido nos corações das entidades vivas. Não é
algo que se obtém de alguma outra fonte. Quando o coração se purifica por
escutar e cantar, este amor se desperta naturalmente.”
Por isso, devemos fazer algo exitoso na vida, algo
grandioso com sua devoção. Fazer arte e cultura para Krishna, sem uma gota de
intoxicantes, e só pelo serviço devocional que começa com o escutar, que nós
podemos nos aproximar da Suprema Personalidade de Deus, isso disse Srila
Prabhupada. O devoto de Krishna está liberado de todo o mal graças a Sri
Krishna e o Maha Mantra.
Eu poderia seguir falando disso muito mais, é um tema
constante, mas mais valioso que essa problemática mesmo é que temos um triplo
ataque para conquistar as almas e é mediante o Maha Mantra, o Hari Katha e o
prasadam. E assim, podemos nos tornar uma alma genuína, alguém verdadeiramente
compassivo, alguém que compreende que estamos para servir e não para ser
servidos. Desejamos nos tornar servos do Infinito Senhor da Misericórdia.
Assim, estamos sempre na luta. Revolução ou autodestruição? E somente a
revolução do amor e do coração nos permitirá ascender a um novo panorama cheio
de entusiasmo.
Hoje queria compartilhar estes temas com vocês,
porque ao nos conhecermos nos apreciamos mais e nos apegamos mais ao processo
espiritual. Lutemos para manter a solidariedade. Por isso aos grandes devotos
não se pode separar, porque eles têm solidariedade e não vendem suas
consciências.
Deixo-lhes todo meu afeto da Espanha.
Como eu quero morrer na batalha, sigo adiante com
todos aqueles que querem ir também. A batalha contra a injustiça, com o Santo
Nome, o Hari Katha e os devotos do Senhor. Assim, convertemos esta vida
gloriosa. Essa é nossa filosofia. Lembrem-se que além da solidariedade está o
amor, e essa é a meta de nossas vidas.
Jay Srila Prabhupada.
Com afeto...
Seu sempre bem-querente,
Swami B. A.
Paramadvaiti.
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