“Não devemos perder a diversidade, pois diversidade é o poder do bhava
(sentimento) da relação e é aí onde saranagati (rendição) toma lugar.”
Meus
queridos devotos e madres, meus cumprimentos de coração a coração da Alemanha.
Quando
Srila Swami Maharaj (Srila Prabhupada) veio à Índia com seus novos seguidores
ocidentais, todos na Índia ficaram surpresos: “O que é isso? Como eles vieram
parar aqui?”, “Como é possível que vistam-se com dhotis, usem tilak e japa
malas?”, “Não, isso não é possível. Eles deveriam estar no exitoso mundo
ocidental”, diziam as pessoas. Porque, vocês sabem, a Índia louca segue os
exemplos do louco Ocidente.
A
propósito, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur Prabhupada disse: “Essa
sociedade materialista do Ocidente deve ser esmagada”. Esse conceito de
felicidade com dinheiro, fama, nome e desfrute, ou a ideia de que devemos ser
exitosos e que a América é o Céu, é tudo uma grande mentira e devemos nos
despertar disso. Porque a riqueza que recebemos dos rishis é de tanto valor que
se observarmos muito o desfrute do Ocidente, perderemos tais joias dos rishis e
consequentemente perderemos o alcance e as características das nossas futuras
crianças no sistema educacional.
Por outro
lado, união em diversidade não é um luxo, é uma necessidade. Sim, temos
diversidade, temos muitas missões fantásticas, elas são conhecidas como uma
aproximação pluralista do conceito de Guru Tattwa, os siksa gurus, os vartma
pradaksaka gurus, os pita gurus e os sannyas gurus, variados gurus nomeados nas
escrituras. Isso é completamente pluralista. Diz-se que não há somente um guru,
que existem muitos gurus, mas que somente um é o guru supremo, e este é o
Senhor Supremo.
O Senhor
Supremo é o guru final de todos. Então, na união, esse é o momento no qual
temos que nos reunir por uma causa comum, onde não podemos estar separados,
porque enquanto nos mantivermos na diversidade, veremos que há eruditos,
doutores, músicos, poetas, muitas pessoas grandiosas que chegaram a ter contato
com Gaudiya Math, proveniente de diferentes missões.
Quando nos
projetamos em nossa responsabilidade social, educacional, ambiental e
espiritual, podemos ver que necessitamos de cada um deles. Precisamos de todos
eles para enfrentarmos a atual situação do Ganges e Yamuna. Esses assuntos que
nos competem, pois trata-se dos nossos rios sagrados. Necessitamos de todos
para enfrentar essa situação na qual a saúde está em grande perigo devido à
contaminação ambiental.
Vocês
sabem, muitos devotos mais velhos têm doenças relacionadas com o açúcar. Muitos
outros problemas existem também. O meio ambiente está afogado no plástico. Por
exemplo, em Radha Kunda, em Govardhan ou Varsana, pessoalmente, passo a maior
parte do meu tempo em Vrindavan e pude ver o Yamuna, pois pode-se apenas ir lá.
Está cheio de lixo e contaminação, e a maioria desta contaminação provém dos
próprios peregrinos, não dos agricultores vrajavasis.
Se você for
aos campos de cultivos dos camponeses, poderá ver que estão completamente
limpos, mas quando os peregrinos chegam lá, converte-se em um grande desastre
ambiental. Nós como líderes na diversidade temos responsabilidade social nesses
assuntos. Agora é que temos que nos unir, o anterior é apenas um de tantos
outros temas.
yena tena prakarena, manah krsne nivesayet
“Antes de tudo devemos pensar em Sri Krishna, essa é a ordem suprema de
Mahaprabhu.”
Mas por
isso devemos evitar pensar no Yamuna e no Ganges que estão em uma condição
desesperadora? O Senhor Shiva mesmo enviou a resposta a essa pergunta:
Há algum
tempo atrás todo Kedarnath, todo o turismo dessa área foi arrasado por uma
inundação. Essa foi uma resposta proveniente do céu: “Não façam isso! Não
tornem este lugar sagrado um espaço turístico cheio de lixo.” Nesse tipo de
lugar supõe-se ser espaço de adoração e vida sagrada. Assim como Vrindavan
Dham, Puri Dham e Mayapur Dham. E qual é a situação de Mayapur Dham atualmente?
Tristemente está cheio de comércio ilegal em toda rua de Srila Bhaktisiddhanta
Thakur onde se consome carne. Não estamos dizendo nada extremo. Carne! Enquanto
nos países ocidentais as pessoas lentamente tornam-se vegetarianas, na Índia,
mais e mais pessoas começam a comer carne, inclusive nos lugares sagrados.
É nossa
responsabilidade social reverter esses assuntos e tomar nota deles. Nossas
crianças não sabem dos perigos de consumir carne, peixe e todos esses produtos.
Podemos ver que todos esses problemas estão surgindo e, pela graça do nosso
guruvarga, temos a informação de como resolver. Podemos ver que todos esses
problemas existem e, pela graça do nosso guruvarga temos a informação
necessária para enfrentar.
E graças à
opulência da diversidade, temos muitos e muitos cientistas capazes, PhDs,
líderes de templos, sannyasis circulando o mundo, etc. Quando todos eles se
reúnem e estabelecem estatutos unificados ou se unem em um esforço comum, então
converte-se em algo grandioso. Assim como o maha harinam que foi feito nas ruas
de Kolkata um dia depois da reunião anual da Associação Mundial Vaishnava e um
dia antes deste mesmo evento, ou como a decisão que tomaram os sannyasis na
última reunião da Vishva Vaishnava Raj Sabha onde decidiram que iriam às ruas
com seus seguidores limpar as ruas em frente aos seus templos, embelezando tudo
ao redor para que o dham sagrado não parecesse uma lixeira.
Essas são
algumas ideias de que podemos ter um monte de união em diversidade, mas que não
devemos perder a diversidade, pois diversidade é o poder do bhava (sentimento)
da relação e é aí onde saranagati (rendição) toma lugar. Isso é algo muito
pessoal.
Outro tema
é que nossos gurus nos ensinaram que um Mestre Espiritual não deve ter muitos
discípulos, pois seria impossível cuidar apropriadamente de todos.
Sem dúvida,
é necessário que todos trabalhemos juntos e estabeleçamos os pontos comuns para
lutar. Uma causa comum. As escrituras confirmam isto sobre um mestre espiritual
e seus discípulos. Ao mesmo tempo, nosso guruvarga nos mostrou diferentes
exemplos em diferentes tempos, lugares e circunstâncias. Bhaktisiddhanta
Sarasvati Thakur Prabhupada mesmo disse: “Minha missão é estabelecer templos
nos corações de cada um”.
Portanto, Gaudiya
Math significa Amor. Gaudiya Math significa amar a cada um, amar e cuidar é o
que devemos ansiar hoje em dia, isso é o que estamos fazendo. Amar e apreciar
que estamos todos cantando juntos hoje, inclusive acompanhados por pessoas com
as quais nunca antes havia cantado. Todos juntos durante muitas horas
celebrando dois dias de um alegre festival. Essa é a característica nova e não
se deve deter, ou melhor, deve-se estabelecer o começo do que Srila Jiva Goswami
idealizou quando mencionou a Vishva Vaishnava Raj Sabha, ou os ideais que Srila
Bhaktivinoda Thakur e Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati abraçaram para entregar a
todos nós a energia de nos reunir. O que hoje vemos de uma forma muito
maravilhosa.
Aprecio muito
todos os postos de literatura vaishnava que montaram aqui neste dia. Pois
devemos chegar a ponto de ter estas feiras onde todos podem exibir o que
conquistaram para a pregação de Sri Caitanya. Temos a presença nos filmes, na
arte, em todos os diversos campos e devemos compartilhar os avanços que outras
missões conquistaram nas diferentes áreas de responsabilidade social.
Por
exemplo, a iniciativa da Iskcon de manter o Bhaktivedanta Hospice é algo
destacável. Um dos meus discípulos deixou este mundo uns dias atrás nesse lugar
e foi muito afortunado em poder compartilhar seus últimos momentos com a
associação de devotos que o cuidaram muito bem e lhe deram acesso constante a
Hari katha e Krishna prasada.
Assim, esse
tipo de iniciativa tem se estabelecido e foram grandes conquistas para ajudar
aos devotos a criarem um maravilhoso futuro, os quais chegam aos Pés de Sri
Caitanya buscando ajuda e podem se converter em membros de Sua Audarya Lila, o
lila mais magnânimo de todos.
O Senhor
Caitanya é Maha Vadanyaya, o mais magnânimo de todos e Ele veio até aqui para
nos dar o que ninguém antes havia entregado, por isso nosso dever é tornar uma
realidade a todo aquele que chega a este movimento, a todo aquele que contata-se
com os gaudiya vaishnavas e ao sanatan dharma. É assim que convido a todos
vocês do mais profundo do meu coração, a que sejam parte desta união na
diversidade que provém de nossas necessidades comuns, considerando
especialmente a situação de Sri Vrindavan Dham, onde necessitamos que todo o
povo e o governo aceitem a importância do lugar sagrado e o protejam como um
patrimônio mundial da humanidade.
Vrindavan
não é uma simples aldeia, é um patrimônio mundial que nos foi entregue pelo
próprio Senhor Krishna e Srimati Radharani, e é para proteger Sua terra que
precisamos da misericórdia e participação de cada um de vocês.
Muito
obrigado. Todas as glórias sejam a Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur
Prabhupada e todos seus parsadas, entre os quais estão cada um de vocês.
Seu sempre
bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.
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