domingo, 18 de agosto de 2013

A importância do Bhakti Yoga




A importância do Bhakti Yoga





“Aos materialistas é muito difícil assumir seu erro e mudar, pois significa reconhecer que estiveram equivocados e isso não é permitido pelo ego falso que cobre tudo. Não queremos aceitar que nos equivocamos ou que os ensinamentos materialistas são errados, o materialismo quer nos assegurar felicidade, mas só vende ilusão.”



            Meus queridos devotos, aceitem meu afeto do México. Hoje quero falar da importância do Bhakti Yoga acima de qualquer outro processo.
            Para uma pessoa que recém está se aproximando aos conceitos transcendentais, a ciência da astrologia pode ajudar muito, pois por meio dela se busca decifrar o karma das pessoas, confirmando que existe a reencarnação e que cada ação que realizamos tem um efeito.
            O nível de detalhes que se pode alcançar com a astrologia é impressionante, podemos conhecer até o último ponto da vida. Assim, a astrologia, a cosmologia, busca interpretar de forma matemática cada tom que se move no universo. Pode parecer um exagero, mas na física quântica se chega à mesma conclusão absoluta do cosmos, assim, os cientistas não podem negar que todas as situações que observam e analisam têm uma origem que vai muito mais além deste pequeno nascimento que temos. Tudo tem uma razão e uma influência. Se for mexicano ou guatemalteco, se for rico ou pobre, tudo isso tem uma razão e influência.
            De que maneira funciona o mundo do karma é muito difícil de entender, mas é um fato que funciona e que a compreensão da lei natural do karma nos entrega é infinita. Se este conhecimento não for suficiente para que alguém desenvolve fé no Infinito, então essa pessoa não merece tal fé. Essa visão de fé não é barata, trata-se de uma visão espiritual capaz de compreender o misticismo da existência. Se quisermos colocar um ponto de vista materialista, podemos focalizar na física quântica e da análise cosmológica e aí é muito interessante ver que a ciência racional e a mística se encontram e são capazes de dar explicações uma à outra. É um paradigma que surgiu no último tempo e ainda não foi reconhecido de forma aberta. Por quê?
            Porque aos materialistas é muito difícil assumir seu erro e mudar, pois significa reconhecer que estiveram equivocados e isso não é permitido pelo ego falso que cobre tudo. Não queremos aceitar que nos equivocamos ou que os ensinamentos materialistas são errados, o materialismo quer nos assegurar felicidade, mas só vende ilusão. Sem dúvidas é muito simples comprovar na própria experiência que na medida em que a vida se espiritualiza, nos tornamos mais felizes, mas enquanto a vida se materializa só continuamos sofrendo.
            A vida de um Ashram de Bhakti Yoga é maravilhosa, é um exemplo dessa espiritualização e felicidade, é muito linda, está cheia de disciplina e sorrisos, porque as pessoas se sentem felizes. É uma felicidade sem comparação que só se obtém pela infinita misericórdia que nos permite reconhecer nossa verdadeira identidade. Esta felicidade de reconhecer nossa identidade verdadeira pode se exemplificar da seguinte maneira: “Imagina que seja uma pessoa muito, muito pobre, que não tem nada nem para comer. Um dia começa a cavar e encontra um tesouro maravilhoso, cheio de ouro e pedras preciosas. Imediatamente a alegria te invade, pois já não terá mais necessidades nem sofrerá mais de fome, é tanta alegria que quer dançar.” Claro, a alegria de conhecer nossa verdadeira identidade é muito mais profunda, mas é como encontrar um maravilhoso tesouro, o tesouro que buscamos por toda nossa vida.
            Os vaishnavas que seguem o processo de Bhakti Yoga se reúnem nos Ashrams para praticar sadhana-bhakti (disciplina espiritual) e são muito felizes. Eles descobrem que o presente que receberam é mais valioso que todo o ouro e as pedras preciosas do mundo, que conhecer a identidade espiritual é o verdadeiro tesouro que vai muito além de qualquer tesouro material, pois os tesouro materiais realmente não existem, são só ilusão. Por quê?
            Porque se for dono de um tesouro material, tem dois problemas permanentes: 1. Sempre estará em ansiedade em perder sua riqueza; e 2. Sempre existirá muito inveja dos que te rodeiam. Isso não é felicidade, é só ilusão de felicidade, mas na verdade é sofrimento. Nossa natureza eterna é a busca da felicidade. A felicidade é intrínseca à alma, mas devido à condição material, nos esquecemos disso e buscamos no lugar errado.
            Alguns pensam que encontrarão felicidade nas posições materiais, outros se intoxicam para “obter felicidade”, mas novamente só se envolvem em mais e mais sofrimento, ficando cada vez mais desanimados, se tornando viciados em substâncias que acabam com a memória, com a vontade e só as deprimem. Álcool e drogas são as principais causas de depressão, não de felicidade. O sexo ilícito tampouco traz felicidade. As pessoas se movem guiadas pela gratificação dos seus sentidos, se entusiasmam e trabalham para se gratificarem, baseiam suas relações humanas na gratificação que podem obter de outros e assim dão lugar às suas mentes para que elas façam tudo o que queiram, mas o que se pode esperar de uma mente luxuriosa? Nada de bom vem disso.
            Alguém tem uma namorada que o gratifica e a aprecia na medida que ela permite fazer tudo o que ele queira, e pior ainda, se sente orgulhoso pela namorada e pela gratificação. Mas o sexo não é felicidade permanente, é só prazer temporal e logo vem a conta desse prazer.  A namorada que gratifica, na verdade quer que ele se case com ela e logo quer controlar o homem, e não só a ele senão que também sua economia, aí logo quer um cartão de crédito para comprar suas “coisinhas” e etc. Uma mente luxuriosa não é feliz, na verdade ela só recebe a conta da exploração e mais mentes luxuriosas. O suposto “sexo da felicidade” no final te deixa sem liberdade econômica, é uma verdadeira fraude.
            O contrário do sexo ilícito é uma família espiritual. Isso significa que, apesar de um casal ter corpos materiais, tudo o que fazem está direcionado ao centro, a Deus, e juntos trabalham para levantar uma família oferecida a Deus. Uma família espiritual tem filhos protegidos que são guiados à felicidade por seus pais, assim como os verdadeiros Gurus. Isso é muito lindo, isso é felicidade.
            Posso dar mais exemplos da falsa felicidade do materialismo:
            A máfia das indústrias e do capitalismo organizou tudo muito bem para explorar aos pobres da melhor maneira. Assim, os ricos com seus consórcios anônimos não têm que pagar impostos, enquanto os pobres explorados sim pagam, mas tampouco dá felicidade. O mundo da traição e da exploração não pode outorgar felicidade, é só uma ilusão temporária. Esse é o mundo material... A prisão do mundo material. Mas pode sair daqui seguindo as pessoas de confiança e se tornando você mesmo alguém de confiança. O que está vinculado com Deus, dá felicidade, é de todos e para todos e aflora a confiança natural. Mas quando é algo material, só entrega sofrimento, não é de ninguém e gera traição e desconfiança. O mundo material não pode dar felicidade, é um inferno, não há nada longe da felicidade que a ilusão material. Lugares onde podemos nos tornar pessoas de confiança que trabalham para um bem comum, lugares onde trabalhamos unidos para sua manutenção e dos quais todos podem ser parte, sem exceção, uma casa com a porta aberta para todos que queiram servir e se esforçar pelo bem-estar de todas as almas.
            No Ashram não há enriquecimento ilícito, tudo o que existe no templo é de todos e para Krishna. Se for um devoto, então se torne responsável para cuidar das coisas de Krishna e se não for devoto, então vai se tornar um, pois estamos aqui para fazer devotos. Os devotos não buscam se enriquecer ilicitamente, assim como Pariksit Prabhu que está aqui no México comigo há 20 anos e nunca buscou enriquecer ilicitamente, ele veio da Costa Rica com o único propósito de servir. Assim, cada uma das fazendas e Ashrams da nossa família têm o único propósito de servir, não de enriquecimento ilícito.
            Há uns dias na Bolívia, uma comunidade hippie que tinha uma fazenda decidiu dá-la aos devotos, assim, eles chegaram ao templo, nos convidaram ao lugar e passaram as escrituras da propriedade. Agora a Bolívia tem uma linda fazenda para Krishna que está sob o cuidado de todos os devotos e que se converte em mais um lugar com as portas abertas a todo o mundo. E por que nos deram uma fazenda? Porque sabem que os devotos cuidam dos Ashrams para Krishna e que não se enriquecem ilicitamente com eles.
            Os devotos entregam tudo o que recebem, porque eles sabem que todos somos filhos de Deus e que o dono último de tudo é Deus mesmo. E o filho deve se comportar bem para honrar e satisfazer seu pai. A verdadeira felicidade está do lado de Deus, se quiser ser feliz, deve se direcionar a Deus. O Senhor Krishna disse muito claramente que do planeta mais elevado ao mais baixo do mundo material, só há miséria, mas com Deus não existe miséria, só existe felicidade e amor. Os devotos, os servos de Deus, oferecem vínculos com a eternidade, vínculos reais. O mundo espiritual, o que a alma pertence, está muito além das constelações karmáticas. Se quiser chegar a esse mundo espiritual, terá que começar a se comportar como se fosse um membro dele.
            A devoção a Deus, o bhakti-yoga, é o processo no qual se subscreve a anistia cósmica transcendental, a misericórdia absoluta. O mundo material causa uma dependência tão tremenda à ilusão que é quase impossível sair dele, só aqueles que se refugiam em Deus podem escapar deste mundo de fraude organizada. O ser humano deve honrar sua forma de vida especial e desenvolver discernimento espiritual, isto é o conhecimento da identidade espiritual verdadeira da qual perdemos a consciência devido ao contato com o material. Por isso, nosso lado espiritual se encontra anestesiado, mas devemos trabalhar para despertá-lo. A vida karmática não tem humor, é só lógica matemática: tudo o que faz irá receber de volta e ponto.
            Tudo o que acontece é porque tem que acontecer, porque há alguma razão por trás. Assim, não há nada a temer, o negativo que vem tem que vir porque é parte da lei de ação e reação, mas o importante não é isso, não vivemos só para conhecer os detalhes astrológicos do nosso passado, não, o importante é a meta, o objetivo para onde caminhamos. Isso é o essencial e nossa meta é despertar a verdadeira identidade espiritual para voltarmos à nossa origem. Esse é o ensinamento que o meu querido Srila Prabhupada nos deu com todos os detalhes.
            E hoje, esta manhã, apenas repassamos o be-a-bá desse divino ensinamento transcendental. Essa é a minha mensagem para hoje, agradeço a cada um de vocês por me acompanhar mais um dia e pelo lindo serviço que fazem na família de Srila Prabhupada.
            Deixo meu afeto do México, a terra de Radha Madhava.
            Jay Srila Prabhupada!


            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário