Tudo sobre o Dham

Mayapur, 01/04

“Por favor, com muito entusiasmo sigam a diante, criando consciência de que somos uma Missão para criar muitas Vrindavan no mundo, pois nosso Gurudeva Srila Prabhupada claramente enfatizou que devemos limpar Vrindavan, restaurar os templos e adorar a deidade do Senhor Krishna, isto é o que vocês fazem muito bem em todas as partes.”

Meus queridos devotos. Saudações de Mayapur Dham. Hoje é Rama Navami e também Vyasapuja de Srila Bhakti Ballabh Tirtha Maharaj, por isso vim a Mayapur para fazer parte do festival.

            Estive hoje com meu siksa guru Srila Bhakti Ballabh Tirtha Maharaj. Ele faz 88 anos hoje e eu não quero perder sua vyasapuja. Falando com ele, se lamentava de não poder atuar como jovem, isso me fez pensar muito, apesar de ter capacidade de recordar e lucidez muito grandes. Esse é o momento em que o guru nos presenteia misericórdia ao demonstrar que precisa de nós, isso não quer dizer que ele diminua sua capacidade, senão que está entregando ainda mais amor de uma forma muito generosa.

(mais fotos: http://vrindanews.blogspot.com.br/)

            Por outro lado, quero lhes contar que acabamos de terminar na oficina de Vrindavan a impressão do chaddar de conscientização, inventamos este manto em Vrindavan para conscientizar as crianças dos elementos básicos da vida espiritual e da conduta ecológica. Agora fizemos a tradução deste manto para a América do Sul e colocamos algumas outras idéias. Neste manto está preso o Reino Original, o Amor Universal, o conceito não-sequitário de que nós como seres humanos temos que cuidar da natureza e de nossas relações. É um manto no espírito da Oída Terapia. A partir de hoje tem os logos do Yoga Inbound, da Oída Terapia, e por essa razão é funcional para todos. Em cima do manto tem a mesma idéia do monumento da união das religiões que fizemos no Peru, encabeçando-o com alguns logos das diferentes correntes místicas e acompanhando com o ditado:

            “Quem procura Deus sem prejudicar a Natureza e aos demais seres está no caminho correto.”

            Este manto é muito bonito porque pode demonstrar o quão não-sequitários são os devotos. Por tanto, serve para os templos, para os centros de Yoga, para os restaurantes vegetarianos... É muito educativo. Há também as Ecoaldeias de Yoga e é uma peregrinagem ao redor delas. A idéia disto veio da Índia, porém essa é uma nova idéia que tem sido muito bem aceita em Vrindavan e está sendo colocada em muitos templos. Temos deixado isto mais inclinado à Oída Veda, porque inclui alguns templos de Vrindavan, porém continua se mantendo muito aberto. É muito útil para as crianças que podem aprender com todas as mensagens positivas que lá estão. Está tão carregado de idéias que eu facilmente poderia dar uma conferência de duas horas sobre cada uma das mensagens que estão neste manto.

            Estampamos de maneira artesanal, por blocos para mantê-lo o mais coerente possível. Queremos distribuí-lo em todas as escolas e em todos os templos. É um grande testemunho, uma grande pregação de consciência ecológica, por isso quero que cada um de vocês distribua pelo menos 50 deles. A estampa é um pouco cara pelo fato de ser artesanal, e o manto é de uns 80 centímetros. O custo dele é de 4 dólares e o Seva Índia está fazendo um grande esforço para produzir e distribuir. É tão educativo que cada grihasta também deve tê-lo em sua casa. É um manto que nos faz lembrar nossos serviços em Vrindavan para que todos vocês continuem apoiando.

            Referente a isso, quero contar que outro dia tivemos uma reunião da Braj Vrindavan Heritage Alliance onde recebemos a oportunidade de liderar a conscientização em Vrindavan de uma maneira oficial.

            Até o momento tudo tem sido um pouco semi-oficial devido ao meu ativismo, porém, agora nesta reunião recebemos a responsabilidade desta área. Também a razão é que temos nos dedicado a produzir materiais de conscientização em híndi e inglês, como por exemplo, este manto que agora estamos produzindo em espanhol. Este manto é uma decoração de parede, um elemento que deve estar em todas as partes. Há conscientização em todos os sentidos, como: não usar plásticos, sacolas de polietileno, porém, um incentivo a ler livros sagrados, etc. Assim, as pessoas se conscientizam de muitas coisas, porque na realidade somos muito inconscientes.

            Quantos templos têm uma boa composteira funcionando? Muito poucos. Essa é uma declaração de nosso compromisso ecológico da Família Vrinda. E eu tenho tratado de fazer este manto de uma maneira que não seja muito sequitária. São mensagens da missão do coração, vinculados com os valores e a ciência. Espero que este manto os agrade e se animem em colocá-lo. Com este manto bem difundido, a única coisa que vai provocar é nos trazer mais amigos, porque é muito amplo e muito importante, sem amplitude eu não poderia trabalhar com todos os grupos de ecologistas, indígenas, etc. Para fazer todos eles sentirem a grande informação de nossos acaryas, de que todo mundo deve ser feliz vivendo de forma saudável.

            Para mim seria uma grande satisfação ver estes mantos nas escolas conscientes como a Waldolf e estes tipos de organizações para que as pessoas se façam mais e mais conscientes. Isto foi um produto feito na oficina de Vrindavan pensando na pregação para chegar ao mundo inteiro. Por favor, colaborem com essa nova contribuição que temos feito, porque tem como finalidade unir mais os nossos esforços com as fazendas ecológicas, o voluntariado, etc.

            Aí está tudo:

            http://officebap.com/india2009/chaddar-esp.jpg

           

            A situação da limpeza em Vrindavan está mais intensa, por isso quero agradecer a todos os devotos que tem colaborado, porque tem sido um trabalho muito bonito para Vrindavan a maneira que nossa Missão está ajudando em muitos aspectos. Graças a nossa amiga Chandi e KPS Gill temos sido participantes envolvidos em uma das mais revolucionárias mudanças que Vrindavan tem visto nos últimos 30 anos, ou melhor, graças ao esforço que fizemos com eles o Yamuna se mudou a mais ou menos 300 metros de distância até os ghats originais a altura do Cheer Ghat. Na realidade, poderia fazer o mesmo mais acima, a altura do templo de Madan Mohan, porém, isto seria um projeto futuro vendo os planos que o Senhor Krishna tem conosco, porque cada vez que vêm as grandes águas na temporada de chuva tem uma mudança de cenário.

            A razão pela qual o Yamuna tinha se distanciado tanto de Vrindavan era porque o seu canal natural se encheu de areia e materiais de casas destruídas nos últimos 100 anos. Assim, pouco a pouco o Yamuna foi mandado para longe de Vrindavan e o golpe mortal foi quando o governo quis fazer a ponte em frente ao Keshi Ghat que ia destruir o paisagismo de Vrindavan em sua totalidade que também causou o grande problema que os esgotos de Vrindavan (que tem sido totalmente descuidados até hoje), não só fluíam até o rio, mas que também se empoçavam em um lago que praticamente estava envenenando as águas subterrâneas de Vrindavan. 

 

             Então, com essa questão de trazer o Yamuna de volta, solucionamos a problemática mais perigosa, porque já não há águas estancadas e os barcos podem novamente fazer um passeio em frente aos ghats, muito bonito. Algo que não podíamos imaginar há uns meses atrás quando fizemos a primeira escavação com as pás para que o rio chegasse novamente. Esta questão nos comprometeu também com outros trabalhos que já tínhamos planejado, porém, estavam atrasados, isto é, que a maior parte do esgoto não chegue ao Yamuna. Então, para isto, nesses dias instalamos 3 grades, sendo uma delas muito grande e muito cara, porque neste deságüe chegam os esgotos de uns 20 bairros e nós estamos fazendo uma barragem antes que este deságüe chegue ao Yamuna para deter a chegada dos materiais nesta direção. E agora vem a segunda parte: organizar para que estas grades sejam limpas diariamente para que não cause uma inundação de esgoto nas praias.

            Prontamente, todo lixo que se tira dali tem que ser seco (pois vem molhado) e é transportado ao lixão oficial da cidade. Há bastante trabalho e estamos motivando as pessoas a participarem, o que de alguma forma está acontecendo. Por exemplo, acabamos de por com a ajuda de Chandi assentos de pedra em frente ao Yamuna, para que as pessoas mais velhas possam se sentar, e a praia está se transformando em algo muito lindo e bem cuidado, pois antes era um lixão contaminado e espantoso, e as pessoas que queriam chegar lá tinham que caminhar quilômetros, porque o rio ficava muito longe. Então, estamos progredindo, ainda que pouco, estamos fazendo.

            Acabamos de receber de retorno do P. Amal, que estava no sul da Índia, que vai se unir ao nosso esforço em limpar o Yamuna supervisionando nossa equipe de seis operários e mais os voluntários. Uma equipe que recém estamos formando. Também estamos cooperando intimamente com a organização de meu amigo Rupa Raghunath da Sandipani Muni School em relação ao transporte de lixo. Está sendo criada uma atmosfera cada vez melhor para Vrindavan.

            Nessa nova última reunião do B.V.H.A., recebemos praticamente a responsabilidade do comitê pela limpeza do Yamuna e isso nos dá a liberdade de dizer que estamos representando a todos os brijavasis e temos muitos bons amigos lá. Tudo isso também gerou um novo ar para Vrinda Kunja, porque cada um de nossos devotos participa ativamente um dia na limpeza e supervisiona os trabalhadores. Assim também o P. Amal se tornou um supervisor para que todo o nosso trabalho se cumpra. Por isso quero realmente lhes solicitar que cada templo da Missão Vrinda faça uma boa coleta para Vrindavan em Mayapur, onde as pessoas que vivem fora do templo tenham a chance de mandar mesmo que seja com1dólarzinho por pessoa para apoiar o serviço ao Dham.

            Essa é uma grande purificação e lhes permite ser parte do desenvolvimento de Vrindavan. Por outro lado, isso também tem nos ajudado a manter nossa própria equipe aqui, porque a Índia não é tão barata quanto era antes. Quando eu iniciei os templos de Vrindavan, sobrevivíamos com 1000 a 1500 dólares mensais e hoje os gastos têm aumentado chegando até 4000 dólares mensais para cobrir todos os projetos que temos aqui, incluindo os templos de Mayapur. Por isso, com a Missão Vrinda podendo estar mais consciente destes progressos, me parece muito adequado, sobretudo considerando que diferentes grupos e devotos chegam a Vrindavan e Mayapur e aqui podem se encontrar. Por exemplo, neste momento tem uma grande decisão a tomar, pois temos vários lugares cercados em Vrinda Kunja para evitar que os macacos acabem com as plantas, porém, já há vários anos que os cercados começaram a estragar. Posso pôr redes do mesmo material de novo, porém investindo o triplo conseguimos um alambrado grosso e inoxidável que pode durar de 20 a 30 anos, mas é um gasto significativo para os nossos templos. Para isso necessitamos da ajuda de todos os templos para a Índia, para que nossos devotos daqui se sintam muito apoiados. Considerem, por favor, que as doações que vocês mandam à Índia quase não saem dos bolsos do templo, senão que do entusiasmo dos amigos de Krishna que começam a se preocupar para coletar e trabalhar por Vrindavan.

            Isso vai fazer com que muitos amigos fiquem curiosos para vir visitar o Dham e se aprofundar na Consciência de Krishna. Se cada templo mantiver um operário, que são 100 dólares por mês, que é um grande apoio a Vrindavan e também a todos os devotos que fazem parte da equipe que está trabalhando e supervisionando nosso SEVA. Por exemplo, a madre Rukmini do Chile esteve encarregada por seis meses da limpeza e fez um trabalho muito lindo e dedicado, deixou todo o local de Tatha Sthan completamente limpo. Agora temos uma equipe muito mais estável.

            Não pensem que eu quero desviar a atenção de sua própria comunidade ou fazendas ecológicas, só quero que tenham a oportunidade de se beneficiar fazendo um pequeno serviço ao Dham. Por favor, com muito entusiasmo sigam a diante, criando consciência de que somos uma Missão para criar muitas Vrindavan no mundo, pois nosso Gurudeva Srila Prabhupada claramente enfatizou que devemos limpar Vrindavan, restaurar os templos e adorar a deidade do Senhor Krishna, isto é o que vocês fazem muito bem em todas as partes. Na realidade, manter a família Vrinda na Índia tem sido uma tarefa muito bonita, considerando uma maravilhosa oportunidade estar juntos uma vez por ano nos Braj Mandal Parikramas tem sido muito exemplar, pois através deles temos limpado muitos lugares sagrados do Dham que estão longe de Vrindavan, como Man Sarovar, Ter Kadamba, Kusum Sarovar...

            Também temos o programa atual de fazer belos jardins em Vrindavan, estamos fazendo atualmente um em Radha Gopínath Mandir cujo muitos devotos tem vindo ajudar quando tem sido parte de nossos grupos de parikrama. Agora vou começar um novo tour pela Europa e América do Sul para me encontrar novamente com todos vocês que estão servindo dia-a-dia a nosso Senhor. Eu gostaria de ficar em cada centro de pregação pelo menos um mês, porém, não tenho este tempo, por isso trato de me dedicar aos devotos de forma escrita, em minhas orações, conferências gravadas, mensagens no Chat de Domingo, etc. Peço-lhes que não se sintam mal se não posso estar fisicamente em seus templos, mas trato de escolher os lugares onde mais devotos possam vir para que possamos todos nos reunir. Fico muito triste que os devotos se sintam mal por isso. Seguimos a diante nesta luta para satisfazer a Srila Prabhupada. Deixo-lhes todo meu afeto e um feliz dia de Rama Navami aqui na Índia (mesmo que no Ocidente tenha sido ontem).

            Jay Srila Prabhupada!

            Seu sempre bem-querente,

            Swami B. A. Paramadvaiti.