“Verdadeira diversão e felicidade é o que uma mãe sente por seu filho,
pois tem tanto amor por ele que se enche de alegria. Então, a chave é por nossa
energia em fazer aos demais felizes, respeitar e apreciá-los como parte de uma
família universal, uma família unida sob o amparo de Deus.”
Meus
queridos devotos, recebam todo meu afeto da Hungria. Neste momento estamos
viajando à Bulgária. Tem sido dias muito bonitos fazendo planos para a família
de Srila Prabhupada na Europa, tivemos Ishtagosthis, seminários de Féducação,
Arte Consciente, banhos sagrados no rio, momentos muito especiais com todos os
devotos.
Hoje quero
compartilhar algumas palavras sobre a conexão com a verdadeira felicidade, a
felicidade eterna e não a aparente satisfação dos sentidos. Primeiro de tudo,
ofereço minhas mais humildes reverências ao meu mestre espiritual Srila Prabhupada,
quem me resgatou da maior ignorância. Eu estou completamente endividado com ele
pela eternidade, pois antes de conhecê-lo não tinha nem ideia do eu era e entendia
tampouco o porquê estar aqui. Meu mestre espiritual me encontrou quando eu
estava na mais escura e terrível ignorância, rodeado por um mundo sem sentido e
sem valores, a beira de ser completamente influenciado por isso. Nesse momento
ele abriu meus olhos cegos com a tocha do conhecimento espiritual e me salvou.
Meu mestre
espiritual me explicou que a vida está cheia de beleza espiritual e que a
consciência de Deus é um presente divino que descende pela misericórdia sem
causa do próprio Senhor Supremo.
Antes de
conhecer ao meu mestre espiritual eu só estava absorto na satisfação dos meus
sentidos. Os desejos sensoriais são a causa pela qual nos enredamos toda vez no
mundo material. Não há limite para esses desejos, nós os servimos
constantemente e sem dúvidas eles nunca nos mostram nenhuma misericórdia. Mas graças
a Gurudeva que desperta a inteligência espiritual em cada um de nós, podemos
começar a rejeitar e lutar para abandoná-los, mas para isso me refugio nos pés
de lótus do meu mestre espiritual que tiram todo o temor do coração. Por isso
rogo mais uma vez que me ocupem em seu serviço pessoal e me salvem.
Os desejos
sensuais são como um fogo que arde por dentro, um fogo que nunca acaba, pois
pensamos que por satisfazer um desejo um pouquinho, logo ele se acalmará, mas
não é assim, ao contrário, quando satisfaz seus desejos luxuriosos é como jogar
lenha cheia de combustível ao fogo, assim a chama cresce mais e logo consome
tudo ao seu redor.
Os vaishnavas
insistem que a atividade sexual é muito poderosa, é tão potente que pode gerar
a vida, é a energia que nos trouxe a este mundo, não é algo para subestimar. A vida
não é um acidente, é uma manifestação da Divindade. Então, se uma atividade tão
sagrada como essa for utilizada grosseiramente apenas para satisfazer os
desejos luxuriosos, então sua própria energia de ser humano consciente se vê
totalmente debilitada. Se tiver atividade sexual ou se ocupar em satisfazer o
desejo luxurioso sem a intenção de gerar novas vidas, então sua energia se
corta, assim como quando consome drogas que sua energia diminui.
Os devotos
nos ensinam que existe um mundo de felicidadde sem exploração, um mundo de
diversão e prazer espiritual sem prejudicar ou explorar aos outros, sem
considerar que os outros são o objeto do meu desfrute egoísta. Os vaishnavas se
divertem sem excessos, não precisam de grandes luxos ou grandes somas de
dinheiro para serem felizes. Os devotos se divertem cantando e dançando para
Deus, se divertem com uma vida simples, com sentimentos elevados que conseguem
explorar cada vez mais. Não é necessário o contato com o desfrute ilícito para
se entreter, ao longo isso é mais um problema que um desfrute.
A verdadeira
sensação de diversão e alegria, de felicidade, se percebe quando entregamos
amor e estabelecemos relações de coração a coração, mas isso não é fácil de
encontrar no mundo material, nele só se encontra pessoas que buscam satisfazer
suas necessidades egoístas.
Verdadeira diversão
e felicidade é o que uma mãe sente por seu filho, pois tem tanto amor por ele
que se enche de alegria. Então, a chave é por nossa energia em fazer aos demais
felizes, respeitar e apreciá-los como parte de uma família universal, uma
família unida sob o amparo de Deus.
Temos muitas
ferramentas para isso: as mãos, que são ferramentas incríveis e que podem ser
utilizadas corretamente para os demais, pintando, dançando, escrevendo,
cuidando de um jardim, limpando, tocando música, cozinhando, cuidando das
crianças... Tantas coisas maravilhosas que podem ser feitas por nós, só devem
estar focadas da forma correta.
O apreciar
das ferramentas maravilhosas que Deus nos deu, nos faz lembrar sempre que este
corpo é um templo onde se encontra o próprio Paramatma, por isso devemos ser
muito agradecidos. Agradeço ao meu Senhor por me permitir servir com os
instrumentos deste corpo que é Seu templo.
Este corpo
humano é o sistema mais sofisticado que jamais vimos, nem os cientistas mais
reconhecidos conseguiram criar algo assim, é marca registrada do Supremo. Pensamos
em toda maravilha que temos e que podemos nos dar conta graças ao nosso mestre
espiritual, então se torna algo impressionante ver que as pessoas perdem
rapidamente a conexão com a felicidade verdadeira.
No mundo
atual as pessoas pensam que a felicidade está no sexo e nas drogas, no poder e
no dinheiro. As pessoas não sabem o que significa as relações verdadeiras e de
coração, só pensam em relações baseadas no sexo, contaminadas pelos desejos
luxuriosos. Não sabem o que significa trazer uma vida por meio de relações
sexuais responsáveis, uma vida que será educada em valores e em conhecimento
espiritual como uma oferenda a Krishna.
As pessoas
de hoje não sabem o que significa cozinhar, cantar ou servir aos que nos
rodeiam. As contaminações do mundo material nos levam a perder a honestidade, a
desenvolver apatia por ser honesto. E sem honestidade então nos metemos dentro
de um mundo de mentiras, traições, tentações, competição, solidão... A doença
do “não importismo”, ou seja, que não importa nada: não importa o impacto que
tenha em outros o que eu faço, não importa se prejudica a natureza ou não, não
importa se os demais sofrem com minhas ações, não importa se o que como é
produto da violência, simplesmente importa satisfazer meus próprios desejos
luxuriosos que me enchem cada vez mais de ignorância.
A mente
materialista sempre está nos propondo que somos o centro de tudo e que devemos pegar
a melhor parte. Para isso nos mete em centenas de problemas, mas não importa
nada, só satisfazer os sentidos. Assim podemos avaliar a que nível nos
encontramos realmente, mas sempre se manifestam as tendências a ser os
desfrutadores, controladores e proprietários de tudo. Mas devemos ter muito
claro (e se não entendermos pelas boas, o karma ajudará que entendamos de
qualquer forma) que não controlamos nada, não controlamos nem nossos movimentos
intestinais. É só pela graça do mestre espiritual que podemos lembrar isso.
O mestre
espiritual nos dá aos devotos que ficam ao nosso redor como uma barreira de
proteção contra Maya e que sempre estão nos lembrando de muitas formas da qual
é a maneira correta de atuar. E, como são misericordiosos, se chegamos a atuar
mal, nos aceitam e apoiam de novo. Onde se consideram aos demais como parte da
mesma família universal, então não cabem os desejos egoístas da exploração.
A luxúria é
egoísta, o amor tudo dá. Onde há apreço não pode haver exploração, isso
significa não só apreço pelas pessoas, senão por tudo que recebemos. Eu agradeço
outra vez ao meu mestre espiritual por me salvar constantemente dos meus
desejos luxuriosos e por me permitir utilizar toda minha energia em serviço aos
seus queridos devotos.
Com estas
palavras termino o chat de hoje. Obrigado a todos que leem este chat semana após
semana, é minha possibilidade de nos mantermos em contato.
Seu sempre
bem-querente,
Swami B. A. Paramadvaiti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário