terça-feira, 25 de outubro de 2011

De Vrindavan – 23/10



Realmente tem que convencer a divindade de chegar a tua vida e tomar posse dela, e quando se tornar alguém compassivo, a Divindade vai te aceitar como um instrumento de Seu Amor, porque isso é mais valioso que todas as opulências do mundo juntas, mas pode ver, o amor que estamos buscando é de natureza única ...  Não há nada mais elevado e bonito que ter a experiência de ser utilizado pelo amor Divino. Isto é o que entendi intelectualmente, porque para realizá-lo deve estar consumido pelo amor e não consumido pela sociedade de consumo, quero ser consumido no fogo do Jagna.


Meus queridos devotos.

Mais uma vez está acabando o ano, lentamente se aproximam os últimos meses. Necessitamos realizar nosso próprio ser no presente de estado de consciência. O que mais deve ser aceito se ainda não realizou o que faz neste momento? Em outras palavras, esqueça o futuro e comece a viver este momento e o seu desenvolvimento, porque este momento é a opulência de tudo o que pode esperar que venha... me refiro à opulência de tornar-se uma pessoa consciente de si mesma.

O silêncio de nossa própria mente é algo como uma hipótese, porque nunca tivemos alguma experiência desse silêncio, ou talvez se mantenha em alguma parte que simplesmente não podemos recordar. De outra maneira, sempre nos mantemos em algum tipo de pensamento. Krsna diz que é mais fácil controlar o vento que a mente. O poder da devoção é daquele tipo que entrega à nossa mente uma razão verdadeira de alegria.

Ontem falamos muito sobre uma classe de mistura entre satisfação interna com certo tipo de resignação em certas circunstâncias, que tem sido o melhor que pudemos conseguir. É um estado diferente de consciência onde qualquer um tem uma oportunidade. Neste estado de consciência arredor da maior pureza possível de minhas habilidades é um tipo de tarefa, podemos dizer algo como “uma missão impossível” e muito freqüentemente podemos voltar a alguma frustração que nos impeça de encontrar nossas próprias expectativas. Dá-nos a possibilidade de deixar o que temos feito até agora para dedicar nosso ser completamente. Podemos ver isto muito freqüentemente em nosso conceito de felicidade ocidental. Desafortunadamente isto inclui mudar tudo, esposa, filhos e muito outros itens, deixando os compromissos anteriores por alguns novos. Isto significa levantar nosso próprio dharma, mas o dharma deve ser o guia para deixar os mais intensos estados de ignorância, e esse tipo de consciência vai nos guiar a diferentes tipos de percepções, de uma forma ou outra. Por isso podemos dizer que há um estado material de consciência no modo da bondade que nós podemos penetrar e não desejamos voltar, pois penetrou na linha do amor divino.

Para estar pronto para morrer por nosso amor é outro estado de consciência que vem do mundo dos mandatos sentimentais. Se pensarmos nas mães que estão arriscando suas vidas para resgatar seus filhos ou nos kamikases, realmente tem diferentes conotações. Estar pronto para morrer por teu amor significa que o momento do amor é o mais importante que o próprio momento de viver. E sendo que viver é uma coisa temporária de qualquer jeito, então, por que não estar pronto para morrer se o amor é importante por si só. Este é o amor que estamos buscando. É por isso que Srila Jiwa Goswami disse em sua canção que na vida ou na morte, para sempre Radha e Krsna é meu refúgio... na vida ou na morte, para sempre Radha e Krsna é meu refúgio!

Nossa percepção central chega ao ponto do ridículo e podemos passar muitas vezes pela experiência repetida de exploração dos sentidos, então podemos fazer a pergunta: O que acontece com todos os prazeres que tivemos antes na vida?; e rapidamente chegamos à conclusão que foram apenas temporais. Ninguém encontra algo maravilhoso nos prazeres do passado. Somente quando sofremos no passado e pode reconhecer que não está em completo controle das coisas e que na verdade nunca estamos em completo controle das coisas. Algumas vezes pensamos que somos os controladores, mas é só uma ilusão do mundo de mentiras, é como com as crianças.

Então quando morre para viver, quando está pronto para morrer por teu amor, então vai sentir seguro de que nada pode diminuir a alegria da situação. Quando temos este sentimento das circunstâncias podemos nos aproximar da sensação de algum tipo de êxtase. Podemos chamar este êxtase de: cair em amor, mas este conceito começa com a palavra cair, então quando escutamos “cair” pensamos que algo não muito bom continua. Então vamos falar de levantar em amor, não de cair em amor. E o amor não pode ser uma experiência desagradável, ou é um conceito barato. É o próprio espiritual, o amor eterno, Nitya Prema.

O que devemos fazer com este corpo de qualquer jeito? Porque não buscamos este amor desde o início de nossas vidas? Supostamente é o amor pelo qual estamos dispostos a morrer. Claro, podemos também nos desconectar disso e dizer: pronto, obrigado. Mas aqui na Índia não apreciam quando dizemos “obrigado”, porque isso significa “obrigado e adeus”. No Ocidente o utilizamos de forma diferente, como um agradecimento de verdade, mas quando está realmente agradecido não precisa dizer “obrigado”, e sim diz que você é meu e eu sou teu, este é um estado real de consciência, estamos buscando esse amor que não podemos negar, mas o que fazer para encontrá-lo? E que falar de se aproximar de todas as idades, deveríamos abraçar a existência eterna.

Entre 12 e 30 anos não pensamos muito na existência eterna, mas depois dos 30 começamos a pensar nela, e depois dos 45 começa uma espécie de alarme sobre isso, e quando nos aproximamos dos 60 se torna em uma espécie de necessidade, entretenimento, esse é um conceito complexo, como entreter um homem maior? Brincando? Tocando instrumentos? Tem tempo para brincar? Acha que não existe nada para investir o tempo nisso e dedicar-se a aquilo? Isso é muito sério, mas se quiser ser uma criança de novo, só espere pelo próximo corpo e obterás um entretenimento real de acordo com teus desejos. Não é tempo para brincar. É tempo para entender que vai brincar com o amor do teu coração. Deve tirar a toalha e reconhecer que não é o controlador. Tentas controlar tudo, esposa, filhos, família... mas esquece, não controla nada, e não somos amigos de outros porque nem sequer sabemos o que é bom para outros, pois nem sequer entendemos o que é bom para nós mesmos.

tenayajata  yajesa
bhagavatam ashos ajam
urvasi-lokam anvicchan
sarva-devamaya harim

Então o que diz de ser generoso? Se der algo e puder desenvolver amor, que abrace outros, se puder sentir satisfação interna e libertar-se do conceito de controlador e desfrutador que é próprio da divindade. Realmente tem que convencer a divindade de chegar a tua vida e tomar posse dela, e quando se tornar alguém compassivo, a Divindade vai te aceitar como um instrumento de Seu Amor, porque isso é mais valioso que todas as opulências do mundo juntas, mas pode ver, o amor que estamos buscando é de natureza única, que pode te dar a melhor energia na tua vida anciã e oferece ao altar com toda alegria. Não há nada mais elevado e bonito que ter a experiência de ser utilizado pelo amor Divino. Isto é o que entendi intelectualmente, porque para realizá-lo deve estar consumido pelo amor e não consumido pela sociedade de consumo, quero ser consumido no fogo do Jagna.

Então quando o prazer do Senhor se torna teu prazer, então se cumpre o “eu sou teu e você é meu”.

Isto é o que quero compartilhar esta noite. E assim vocês podem cantar e dançar sempre.

Jay Sri Radhe.

E um grande abraço a todos os devotos no chat.

Vrindavan ki jay.

Hari bol.

As vezes podemos nos sentir cansados de nossas frustrações, mas os desejos são tão intensos que apenas chega um, já vamos num outro. Mas todos temos vindo da dualidade... é nossa existência condicionada. E isto é porque temos que nos mover desde a satisfação de nossos desejos para a satisfação de Seus desejos. És eterno e teu amor é eterno. Passar da alegria conformista à alegria producida pelo serviço à divinidade. Isso tudo pode ser compreendido pela rendição. Isso todo se trata de possibilidades transcendentais, não é algo simples de compreender.

Seu sempre bem-querente
Swami B. A. Paramadvaiti.


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